Política

Grupo de manifestantes impede que Lula se entregue à polícia

Carro que levaria o ex-presidente para a Polícia Federal estava saindo do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mas militantes barraram sua saída

Grupo de manifestantes impede que Lula se entregue à polícia
Grupo de militantes impediu a saída do carro que levaria Lula à Polícia Federal

Um grupo de apoiadores impediu a saída do carro que levaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, para a Polícia Federal, na Lapa, zona oeste de São Paulo, neste sábado (7). O carro estava saindo do prédio, mas os militantes barraram a saída do veículo e chegaram a arrancar o portão do local, segurando as grades na frente do carro.

O petista saiu do carro e voltou para o interior do prédio, onde dezenas de pessoas ainda permanecem. “Cercar, cercar e não deixar prender”, gritam os manifestantes neste momento.

A PM não divulgou um levantamento oficial sobre o número de pessoas, mas é possível observar que a maior parte é de manifestantes favoráveis ao petista. “Não vamos deixar Lula sozinho aqui. Está vindo gente do Brasil inteiro”, disse o deputado estadual José Rodrigues Lemos (PT-PR). No local, pessoas em alguns carros vendem alimentos. O grupo trouxe banheiros químicos.

Comentando a resistência de alguns militantes em impedir a saída de Lula de São Bernardo do Campo, o deputado defende que o PT converse com a militância para viabilizar a melhor forma de solução.

No lado contrário a Lula há palavras de ordem, buzinas e caixa de som. Os manifestantes também batem panelas.

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Agentes da PF em Curitiba falam que autoridades monitoram a situação e avaliam o que fazer diante da resistência de militantes. A Polícia Federal não descarta que Lula seja conduzido à sede do órgão em São Paulo e não siga a Curitiba imediatamente após ser preso. Policiais aguardam comunicação da cúpula.

Gleisi explica a manifestantes por que Lula precisa se entregar

Por volta das 17h50, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, subiu no carro de som e falou com a militância que não arreda pé da porta do Sindicato dos Metalúrgicos e não deixa Lula sair para se entregar à Polícia Federal. “Vocês estão na mais absoluta liberdade, mas preciso conversar com vocês”, disse a senadora.

“Não vim aqui pra induzir nenhuma decisão, vocês estão aqui de livre e espontânea vontade tentando proteger o presidente Lula. Tenho que dividir um problema. Vocês estão na mais absoluta liberdade, mas preciso conversar com vocês. A consequência pode ser para nós, que a polícia venha aqui dar paulada na gente”, alertou.

A senadora ainda disse que o fato é que a consequência para Lula, do ponto de vista jurídico, é alta. “A Polícia Federal deu meia hora para a gente resolver essa situação” afirmou.

‘A tropa de choque está vindo pra cá’, avisa líder do MST

O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, alertou militantes que cercam o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sobre a possibilidade de a Tropa de Choque da Polícia Militar comparecer ao local para reprimir manifestações.

“Se tomamos a decisão de permanecer aqui, vamos passar por outro problema, o secretário de segurança afirmou que a tropa de choque está vindo para cá”, disse.

Ele reforçou o que já dizia Gleisi Hoffmann sobre carro de som: a Polícia Federal deu meia hora para a situação ser ‘resolvida’.