Política

Hartung anuncia superávit no Espírito Santo e mantém cortes e secretariado em 2017

Um balanço sobre 2016 e os principais desafios políticos e econômicos para o ano que vem foram divulgados durante entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira

As contas do Espírito Santo fecham o ano no azul e ainda com R$ 40 milhões no caixa. Mas apesar do superávit, os cortes devem ser mantidos no próximo ano e um decreto para execução orçamentária está previsto para ser publicado ainda no dia 1º de janeiro.

O motivo para a manutenção dos cortes é a incerteza do próximo ano, que o governador Paulo Hartung definiu como “um nevoeiro espesso e sem visibilidade”. Um balanço sobre 2016 e os principais desafios políticos e econômicos para o ano que vem foram divulgados durante entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (27), no Palácio Anchieta, em Vitória.

O governador fez um balanço sobre 2016 Foto: Divulgação/Governo

“Tenho orgulho em fechar, pelo segundo ano consecutivo, com as contas rigorosamente em dia. Saímos de dois déficits bilionários e produzimos uma pequena disponibilidade de caixa em torno de R$ 40 milhões. No cenário nacional, é uma enorme conquista. Tenho que alertar que quando tomei posse estávamos indo em direção ao precipício. Conseguimos distanciar um pouco, mas nossa margem é pequenina. Não dá para fazer dança de roda na beira do precipício, por isso estamos com gestão intensiva dos recursos públicos e com nossa política de austeridade fiscal consolidada”, afirmou Hartung.

Hartung acredita que estamos vivendo uma das piores crises econômicas em um cenário de desemprego e recessão. “O processo político literalmente travou o país. Em 2015, tínhamos uma economia fraca e o processo político fez com que a economia literalmente derretesse. Talvez seja a pior recessão e crise econômica. São mais de 12 milhões de desempregados no País, face dolorosa desse momento”.

Na tentativa de amenizar o quadro e encontrar o caminho da prosperidade, o governador conta que assumiu uma tripla jornada de trabalho com a equipe: cuidado fiscal, inovação e ainda reforçou o debate nacional. Além disso, Hartung reforçou o apoio da bancada capixaba.

“Satisfação desse trabalho em parceria com a bancada federal no sentido de tentar resolver problemas históricos.Tenho orgulho da gente ter fechado um segundo ano com as contas em dia nessa crise. Estamos pagando todas as contas e ainda ficamos com pelo menos R$ 40 milhões no caixa. É um gol de placa! Nós conseguimos nos afastar um pouco do precipício, mas infelizmente ele não é um tema que pode ser ignorado na vida dos capixabas”, afirmou.

O ano desafiador não impediu os investimentos, como a Escola Viva e inauguração de novos leitos na área da saúde.  “Estamos conseguindo, em plena crise, inovar em políticas públicas. Consolidando e evoluindo a Escola Viva, que agora estamos lançando o Ensino Fundamental, em Cariacica. Estamos com 17 escolas e vamos atender um pouco mais de 10 mil estudantes. A mesma coisa com Ocupação Social, pois estamos presentes em 25 comunidades de risco, levando cultura, esportes e formação profissional. Estamos conseguindo cumprir a atividade no momento em que o dinheiro está curto. Tem desafios e não são pequenos. Buscando boas parcerias”, afirmou.

Próximos passos

O governador confirmou que vai manter a equipe , mas se manteve bem cauteloso sobre os novos caminhos no próximo ano. Hartung afirmou que aposta em uma modernização no País para que ocorra uma evolução de competitividade.

“O Brasil precisa passar por um processo de modernização e que evolua na competitividade. O mundo está conectado em rede. A forma de fabricar produtos e serviços está mudando. O consumo está mudando para outra plataforma. Ninguém tem lugar ao sol em um mundo integrado sem competitividade e sem produtividade. Temos que buscar a modernização do país para que ele se torne competitivo nessa sociedade”.

Para o governador, a mudança também precisa acontecer na legislação trabalhista. “Nossa legislação trabalhista precisa ser modernizada, o mundo inteiro modernizou e está voltado para as novas tecnologias. Hoje nós podemos trabalhar e muito dentro de casa. Precisamos de leis e regulamentos compatíveis com esse mundo da modernização”, pontuou.

Apesar da cautela, Paulo Hartung acredita que o Espírito Santo é um dos estados mais preparados para o pós-crise. “Sinais de 2017: não conseguimos ainda enxergar o outro lado do nevoeiro espesso que estamos. Temos que manter a disciplina, cautela e organização para vencer esse quadro que o país está vivendo. Acho importante que o país tenha votado a PEC que limita os gastos fiscais. Minha visão é moderadamente otimista, com os dois pés fincados no chão. O que deixa o país de pé? Contas públicas equilibradas, pois investidores internacionais voltam a investir. Melhora renda, emprego, investimento, comércio”, concluiu.

Veja a reportagem abaixo: