
Tentando dar uma solução ao impasse da privatização do aeroporto internacional Eurico Salles, em Vitória, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, divulgou na tarde desta terça (10) uma contraproposta a que foi feita pela União, que definiu por um leilão casado entre os aeroportos de Vitória e de Macaé (RJ).
“Já que esse é o modelo, nós estamos propondo que sejam incluídos mais dois aeroportos, um superavitário, como é o de Vitória, e outro regional”, disse o governador. A ideia é que o bloco seja formado pelos aeroportos Eurico Salles e de Linhares, pelo ES, e Santos Dumont e de Macaé, pelo RJ. Assim, com dois grandes aeroportos custeando dois de menor porte e que necessitam de recursos para infraestrutura, se manteria o modelo de bloco e se faria mais justiça.
Paulo Hartung considera injusto que o leilão de privatização do aeroporto de Vitória seja feito em bloco com o de Macaé, e cita que nem mesmo os aeroportos do Rio de Janeiro aceitaram o modelo de concessão conjunta à iniciativa privada.
Enquanto a viabilidade econômica do aeroporto internacional Eurico Salles é indiscutível, o aeroporto de Macaé demanda uma série de investimentos, incluindo a construção de uma nova pista, que segundo Hartung deve custar cerca de R$ 250 milhões, porque a atual está em área pantanosa. Isso pode acarretar elevação de custos para a operação aeroportuária em Vitória, ou seja, o Espírito Santo vai acabar bancando os investimentos no aeroporto carioca.
Sem voos regulares, o aeroporto de Macaé opera fundamentalmente como base para suprimento no setor de petróleo e gás. Para o governador, com a exigência de que o futuro concessionário de Vitória também opere em um aeroporto deficitário do ponto de vista financeiro, e que ainda demanda investimentos em sua infraestrutura, “haverá um aumento de tarifas para os usuários capixabas, com benefício único e exclusivo para o estado do Rio”.