Política

Hartung cobra compensação do fim do Fundap em ordem de serviço do contorno do Mestre Álvaro

Em discurso, Paulo Hartung afirmou que a interrupção do programa de desenvolvimento foi um rombo no "casco" do Espírito Santo e que o prejuízo ainda está em curso

Hartung afirmou que Estado ainda não recompensado pelo fim do Fundap Foto: Divulgação/Governo

O governo do Espírito mostrou, durante solenidade da assinatura da ordem de serviço do contorno do Mestre Álvaro na tarde desta segunda-feira (1º), que não superou o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), em 2013. Em discurso, o governador Paulo Hartung (PMDB) afirmou que a interrupção do programa de desenvolvimento foi “um rombo no nosso casco” e que o prejuízo não está encerrado, mas em curso. “Nós precisamos unir nossas lideranças, porque o governo central nos deve a compensação do fim do Fundap nas terras capixabas”, discursou Hartung.

O Contorno do Mestre Álvaro terá 19 km de pista dupla, ligando os km 249 (próximo ao posto da PRF na Serra) ao km 275, e reduzindo a distância de Serra e Cariacica em 12 km. A principal finalidade da obra, orçada em R$ 290 milhões – sendo que R$ 38 milhões já foram repassadas pelo governo federal – é tirar o trânsito de veículos pesados de dentro das áreas urbanas da Região Metropolitana e encurtar as distâncias dos veículos de carga até as regiões portuárias. O prazo de conclusão do projeto, que terá ainda 14 viadutos, 40 passagens de fauna e duas faixas de acostamento, é de dois anos e meio.

Ministro participa de solenidade

Maurício Quintella (PR), ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, participou da solenidade e enfatizou que, além de retomar o desenvolvimento econômico do Estado, gerando empregos, o contorno irá dar mais segurança ao tráfego, tendo em vista que o trecho que deixará de receber a maior demanda de veículos é considerado o mais perigoso do país pela Polícia Rodoviária Federal, por conta do grande número de acidentes.

Quintella elogiou Rose de Freitas (PMDB-ES), líder do governo federal no Congresso Nacional, pelo fato da senadora ter garantido que cada Unidade da Federação pudesse fazer uma emenda impositiva, que consiste em obrigar o governo a executar as emendas dos parlamentares aprovadas pelo Congresso para o Orçamento anual. Para o contorno do Mestre Álvaro foram garantidos R$ 150 milhões.

Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, veio ao Estado participar da solenidade Foto: Divulgação/Governo

“Essa obra é importantíssima, fundamental, que só foi possível pela priorização de Michel Temer e pela interlocução junto ao governo federal “comentou Quintella, que pediu para que a bancada capixaba volte a priorizar, no próximo ano, a área de infraestrutura como objeto das emendas impositivas. Na visão do ministro, são os projetos de infraestrutura que geram emprego, desenvolvimento e segurança.

Quintella ainda citou as obras do aeroporto Eurico Aguiar Salles, em Vitória. “O aeroporto é uma obra que não pode, nem deve, parar. O que eu puder fazer, para que a gente encontre caminhos para não parar a obra, nós vamos fazer”, prometeu o ministro e correligionário de Magno Malta (PR-ES), que pouco antes usou o espaço de sua fala para criticar os governos de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).

Malta afirmou que não há demérito em ser de um partido que costuma ficar na base dos governos. Entretanto, segundo ele, apesar do esforço em âmbito eleitoral, nunca houve reciprocidade da União para com o Espírito Santo. Quase ao final do discurso, Malta afirmou também que não acredita que o início das obras do Mestre Álvaro se devam a um esforço de Temer. “Se pode fazer, é porque o dinheiro já existia. O que faltava era boa vontade conosco”, alfinetou o senador.

Hartung, que fechou a série de discursos, frisou a importância das obras do contorno para que o Estado retome o fluxo de empregos e dinamize o setor econômico, e também a importância do Brasil estabelecer um programa de desenvolvimento regional. Dirigindo-se ao ex-governador Élcio Álvares, Hartung disse que a obra do contorno e a da Rodovia Leste-Oeste são uma ousadia semelhante à que Alvares teve. “Essas duas obras somadas terão um impacto similar, do ponto de vista urbanístico e de desenvolvimento, ao da Terceira Ponte”, comparou o governador, levando em conta que Élcio Álvares foi quem deu início às obras da principal ligação entre Vitória e Vila Velha.

Além de Quintella, Hartung, Magno Malta e Rose de Freitas, estiveram presentes várias autoridades, como o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES); os deputados federais Max Filho (PSDB) e Sergio Vidigal (PDT); o diretor-presidente da Codesa, Luiz Claudio Santana Montenegro; o diretor-geral do Denit, Walter Casimiro; o diretor-geral do DER-ES, Halpher Luiggi; o vice-governador César Colnago (PSDB); os secretários de Estado Eugênio Ricas, Regis Mattos Teixeira, Júlio Pompeu e João Coser (PT); os deputados estaduais Bruno Lamas (PSB), Josias da Vitória (PDT), Nunes (PT) e Luzia Toledo (PMDB), entre outros.

Porto

Na manhã desta segunda-feira (1º), Maurício Quintella também visitou as obras de dragagem e aprofundamento do canal de Vitória. Em sua fala à tarde, no Palácio Anchieta, Montenegro disse que o porto é essencial para o projeto de desenvolvimento do Espírito Santo e que por isso não quer que o modal seja um gargalo. “Todos têm trabalhado fortemente para a conclusão dessa obra, que vai trazer novo ânimo para o desenvolvimento local”, afirmou. Já o ministro elogiou a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), afirmando ser ela a melhor do país.