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O deputado estadual Hudson Leal (PRP) é debutante na política, mas já colocou político experiente no bolso na disputa pela Corregedoria da Assembleia Legislativa. O médico já havia passado pelo crivo das urnas em outubro, mas há duas semanas voltou a disputar novo pleito. Desta vez, encarou um público menor e bem exigente para ocupar a vaga de corregedor-geral da Casa: seus colegas de plenário.
Desde a posse de todos os parlamentares, formou-se o blocão, que, em tese, deveria costurar o apoio ao presidente da Casa, deputado Theodorico Ferraço (DEM), na reeleição. Da mesma forma, o grupo, liderado por Rodrigo Coelho (PT) deveria compor as comissões temáticas.
Uma corrente afirma que uma das funções do blocão era trabalhar politicamente a ocupação dos cargos de corregedor e de ouvidor. Outra corrente afirma, categoricamente, que não havia esse acordo. Na disputa estavam os deputados Hudson e Sandro Locutor (PPS).
Uma coisa é certa. O deputado Hudson Leal alcançou 16 votos, o suficiente para ficar com a vaga de corregedor-geral da Ales. O vice-corregedor é o deputado Rafael Favatto (PEN).
Folha Vitória – Como foi assumir a Corregedoria da Assembleia em meio a essa polêmica?
Hudson Leal – Estou tranquilo em relação a esse assunto. O que aconteceu é que prometeram o mesmo cargo para mim e para o Sandro. Houve uma falha de comunicação. Eu fui o 16º a assinar a lista do blocão. O Sandro foi o 21º, mas não avisaram ao Rodrigo (Coelho) e deu essa confusão.
FV – Como será o seu trabalho à frente da Corregedoria?
HL – Acredito que será bem tranquilo desenvolver esse trabalho. Fui corregedor de uma autarquia, que é o Conselho Regional de Medicina. Tenho experiência e vou colocar minha experiência a serviço da Assembleia.
FV – Acabou a polêmica?
HL – Na verdade nem sei porque tanta discussão, já que o blocão tinha como função costurar um acordo em torno do nome do presidente Ferraço e trabalhar os nomes para as comissões. Estavam fora a Corregedoria e a Ouvidoria (que ficou com o deputado Josias da Vitória – PDT).
FV – Como o senhor pretende atuar na Casa como deputado?
HL – Sou um dos primeiros novatos a apresentar um projeto de lei na Assembleia. Minha proposta é proibir que se inaugure obras inacabadas no Estado. Imagine que o São Lucas, por exemplo, foi inaugurado sem a menor condição de funcionamento. Quando choveu, uma parte da rede elétrica ficou comprometida. Quando nos entregam uma obra, o ideal é que ela esteja completa.
FV – Algum outro projeto a ser apresentado na Ales?
HL – Outro projeto que acredito que será de proveito do capixaba é a destinação de 5% do espaço físico em shoppings e restaurantes para deficientes, gestantes e idosos. Existe uma dificuldade grande nesses locais para as pessoas se locomoverem. Isso não irá aumentar o custo dos estabelecimentos.