Política

Imprensa internacional repercute denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe

Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR no inquérito que investiga a tentativa de golpe no Brasil

Jair bolsonaro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por liderar articulações para um golpe de Estado repercutiu nos principais jornais do mundo. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira (18) Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe no Brasil.

Veículos como El País, The New York Times, The Washington Post, CNN e The Guardian destacaram não apenas o envolvimento do ex-presidente no plano golpista, mas também sua conivência com a suposta tentativa de envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

‘The New York Times’ (Estados Unidos)

O jornal norte-americano ressaltou que Bolsonaro tentou “minar a confiança do país no sistema eleitoral” e reverter o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente foi denunciado por cinco crimes, entre eles abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

“Bolsonaro foi acusado de comandar um vasto esquema para tentar minar a confiança do país nas eleições de 2022 e depois reverter o resultado, mesmo depois que seus aliados não conseguiram encontrar evidências de fraude”, escreveu o New York Times

‘The Washington Post’ (Estados Unidos)

Outro importante veículo dos Estados Unidos, o The Washington Post deu destaque à conivência de Bolsonaro com a tentativa de envenenamento do presidente Lula.

O inquérito da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente tinha conhecimento do plano de assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O jornal resumiu o plano de Bolsonaro dizendo que ele “envolvia semear sistematicamente a desconfiança no sistema eleitoral entre a população, redigir um decreto para dar uma aparência de legalidade ao golpe, pressionar a alta cúpula militar a aderir ao plano e incitar um motim na capital”.

‘CNN’ (Estados Unidos)

A CNN norte-americana destacou que Bolsonaro tentou “impedir seu adversário de assumir o poder” e apontou a possível repercussão do caso no cenário político brasileiro.

“As acusações foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília e podem levar a um julgamento de grande repercussão. Se aceitas formalmente pelo STF, os denunciados se tornarão réus”, escreveu a CNN.

O veículo ainda mencionou que os ministros do STF buscam concluir o julgamento até o final de 2025 para evitar impactos nas eleições de 2026, mas ressaltou que “é improvável que o tribunal tome uma decisão sobre o andamento do caso ou agende audiências preliminares antes de março deste ano”.

Além disso, o canal recordou que Bolsonaro está em negociações para um possível acordo de anistia.

‘El País’ (Espanha)

O jornal espanhol El País deu destaque à denúncia em sua manchete e afirmou que Bolsonaro “está a um passo de ir a julgamento” por tentativa de golpe para “reverter sua derrota nas urnas”.

“Além de Bolsonaro, 33 pessoas foram denunciadas, incluindo o militar Walter Braga Netto, que foi seu candidato a vice-presidente e está preso por obstruir as investigações. Nunca antes um general de quatro estrelas do Brasil havia sido encarcerado”, escreveu o El País.

O veículo também repercutiu as declarações de Bolsonaro feitas mais cedo no Senado Federal.

‘The Guardian’ (Reino Unido)

O jornal britânico The Guardian descreveu Bolsonaro como “o líder populista radical de direita” e destacou que ele foi formalmente acusado de arquitetar uma conspiração de extrema direita para se manter no poder por meio de um golpe militar.

O ex-presidente é apontado como líder de uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”.

“Bolsonaro foi formalmente acusado de ajudar a arquitetar uma conspiração de extrema-direita para se manter no poder por meio de um golpe militar”, escreveu o The Guardian.