Política

Jair Bolsonaro vai passar por nova cirurgia; entenda o procedimento

O procedimento é de médio porte, que inclui anestesia geral e exige um corte na região onde está a hérnia

Foto: Reprodução

No domingo (8), o presidente Jair Bolsonaro deverá ser submetido a mais uma cirurgia, desta vez para a correção de uma hérnia incisional.

“A hérnia é um buraco pelo qual sai alguma coisa, pode ser gordura, intestino. O paciente percebe como um abaulamento na barriga, uma bola. A maioria das hérnias incisionais em cortes no meio da barriga é formada em áreas que já foram cortadas anteriormente”, explica o Prof. Dr. Sergio Roll, coordenador do Centro Especializado em Hérnia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Bolsonaro se encaixa no perfil, pois já fez três cirurgias na região desde que tomou uma facada durante a campanha presidencial em 2018. Trata-se, agora, de um procedimento de médio porte, que inclui anestesia geral e exige um corte na região onde está a hérnia. “O cirurgião identifica o buraco, verifica aquilo que está saindo e põe pra dentro da barriga”, diz dr. Roll, esclarecendo que há várias técnicas para o fechamento da área.

Uma das mais recentes é o uso de uma tela, uma espécie de tule de polipropileno, usada para reforçar a costura da aponeneurose, a membrana esbranquiçada que reveste o músculo. Essa tela tem macroporos, é flexível e pode ter uma gramatura alta, média ou baixa. O uso da tela diminuiu a chance de a hérnia voltar.

A maior chance de voltar é entre seis meses a um ano após a correção. As chances de retorno do problema chegam a 18% ao longo da vida. É algo bem comum em pessoas que passaram por múltiplas incisões na mesma região.

Segundo Sergio Roll, nos Estados Unidos são realizados cerca de 400 mil procedimentos desse tipo de hérnia por ano. A porcentagem de as pessoas que cortam a barriga desenvolverem uma hérnia incisional fica entre 9% a 20%.

O aparecimento do problema pode ter causas diversas. Uma das principais são cirurgias de emergência, que elevam o índice de ter hérnia para 30% a 40%. Outros fatores são obesidade, diabetes, ter doenças imunodeficiência e ser fumante.

Cuidados na recuperação

O tempo de cirurgia vai depender da complexidade de cada caso. Em geral, o paciente fica entre três e quatro dias internado e costuma ser liberado para o trabalho após 15 dias. “Durante dois ou três meses, o paciente deve usar uma faixa de velcro, que dá mais conforto. Depois disso, volta a ter uma vida normal, mas não deve carregar peso, descer rampa ou ganhar peso”, explica dr. Roll.

No Brasil, de março de 2018 a março de 2019 foram realizadas 281 mil cirurgias de hérnia de uma forma geral. A mais comum é a inguinal, que aparece na virilha e é um predisposição, uma falha de colágeno. Segundo dados do Sistema Único de Saúde, no mesmo período foram realizadas 23.850 cirurgias de correção de hérnia incisional, com a que o presidente se submeterá.

* Com informações do portal R7