O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, a pé, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo, por volta de 18h42 deste sábado (07), para se entregar à Polícia Federal e seguir para a prisão da Lava Jato, cerca de seis horas depois de comício. Ele vai iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso triplex, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, em uma “sala reservada” na sede da PF em Curitiba.
A saída do ex-presidente em um carro cor prata – acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin Martins – foi marcada por forte tensão. Militantes postados no portão de saída do sindicato impediam o deslocamento do automóvel onde está o ex-presidente.
“Cercar, sentar e não deixar prender”, entoavam.
Lula deixou o carro e tornou a entrar no prédio. Depois, retornou ao carro e deixou o local. Às 18h42, saiu à pé para fora do edifício, em meio à multidão que se aglomera, e percorreu até viatura da PF que estava nos fundos da entidade.
Apesar de o magistrado ter imposto ao petista que se apresentasse até às 17h desta sexta-feira, 7, Lula não arredou o pé do sindicato, onde passou duas noites e fez seu último discurso antes do cárcere.
À espera do ex-presidente, a carceragem da Polícia Federal preparou uma sala especial. Moro vetou expressamente o uso de algemas.
Lula se entrega após quase dois dias de negociação intensa. A PF aceitou aguardar que ele presenciasse a missa em homenagem a sua mulher Marisa Letícia e depois se entregasse.
Manifestantes seguram bandeira do Brasil na frente do comboio de Lula
O ex-presidente seguiu em comboio, já no carro da Polícia Federal, em direção ao aeroporto de Congonhas. No trajeto, foi possível ver manifestantes segurando a bandeira do Brasil. Lula vai para Curitiba, onde ficará preso na superintendência da Polícia Federal.
Os carros do comboio não possuem nenhuma identificação da Polícia Federal. O ex-presidente Lula entrará em um saguão reservado a autoridades no Aeroporto de Congonhas.
Manifestantes comemoram prisão de Lula com buzinaço nas capitais
No momento em que o ex-presidente se entregava à Polícia Federal, em São Bernardo do Campo, buzinaços foram ouvidos nas capitais, na noite deste sábado.
Em Brasília, militantes contrários ao petista também soltaram fogos na Asa Sul, Asa Norte e área do plano piloto. Em São Paulo, houve manifestações em áreas da região norte e oeste.
Em Curitiba, simpatizantes e opositores reagem à prisão de Lula com barulho
Após Lula se entregar à polícia, manifestantes dos dois lados reagiram com gritos e pulos. Críticos do ex-presidente usam vuvuzelas e batem panelas. Entre os protestantes favoráveis ao petista, há batucada.
Jornalistas de emissoras de televisão continuam sendo hostilizados. Equipes da Rede Massa, afiliada ao SBT no Paraná, e da Band relatam que foram alvos de ovos, que não atingiram ninguém. Quando repórteres falam diante de câmeras, manifestantes cercam a equipe e gritam “golpistas”. Os jornalistas falam que o grupo responsável pelas ações é minoria entre os protestantes.
Com informações do Estadão Conteúdo