O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador capixaba Magno Malta (PL), junto com o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS), fazia parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.
Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.
As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.
A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio” (leia a nota na íntegra no final da reportagem).
Senador Magno Malta nega ter cometido crime
Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de “realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões”.
“Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime”, disse Malta, em nota.
O Estadão procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
Em nota divulga nesta sexta-feira (10), a defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama disse que as acusações da delação de Cid não são amparadas em elementos de prova.
Veja a nota na íntegra:
“As afirmações feitas por supostas fontes são absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova. Causa, a um só tempo, espécie e preocupação à defesa do ex-presidente Bolsonaro que tais falas surjam nestes termos e contrariem frontalmente as recentíssimas – ditas e reditas -, declarações do subprocurador da República, dr. Carlos Frederico, indicando que as declarações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, a título de colaboração premiada, não apontavam qualquer elemento que pudesse implicar o ex-presidente nos fatos em apuração.”