Política

Maioria dos capixabas apoia o impeachment de Dilma, segundo pesquisa

Na última quarta-feira (02), o pedido foi aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido deve ser lido nesta quinta

Processo de impeachment da presidente Dilma será lido nesta quinta-feira (03) Foto: Divulgação

Uma pesquisa, realizada pelo Instituto FlexConsult, apontou que 66,50% dos capixabas apoiam o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Na última quarta-feira (02), o pedido foi aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Segundo o levantamento, 50,20% dos capixabas acreditam que a solução para a atual crise no Brasil seria a anulação das eleições por corrupção, e a escolha de um novo presidente. Apenas 27,6% dos entrevistados não se mostraram a favor do impeachment. Outros 22,10% querem que Michel Temer assuma o cargo.

Já na avaliação sobre a presidente Dilma Rousseff, 82,1% apontaram a atuação como ruim ou péssima, em novembro deste ano. Em abril, eram 79,9%. Os que consideravam ótimo ou bom somavam apenas 0,5%.

Para o cientista político, Fernando Pignaton, essa rejeição pode ser explicada pelas expectativas que o governo criou. “A maioria da população se mostra desconfiada após promessas do Governo, principalmente em relação aos programas que não foram cumpridos e isso afetou a credibilidade da presidente Dilma Rousseff. A máquina pública foi usada na eleição para manipular uma situação econômica que era artificial”, explicou.

Em relação ao desempenho do Governo Federal, em abril deste ano, 9,4% dos capixabas achavam ótimo ou bom. Esse número caiu para 8,2% em novembro. Já os que acham o governo ruim ou péssimo passaram de 66,8% em abril para 74,5% em novembro.

O levantamento também mostrou que, para os entrevistados, Aécio Neves (PSDB) é quem tem maior condição de tirar o país da crise. Em segundo lugar ficou o ex-presidente Lula (PT) e em terceiro, o governador do Espírito Santo Paulo Hartung (PMDB).

A pesquisa também perguntou sobre a expectativa da duração da crise econômica no país, e mais 52,40% acreditam que isso possa levar dois ou mais anos para se resolver. Para Fernando Pignaton, os dados reforçam que as pessoas têm consciência da duração da crise mesmo que haja mudança no governo. “Mais da metade das pessoas sabem que a crise vai durar um período longo. Elas querem mudanças. O Brasil acredita na democracia.”, relatou.

O levantamento foi realizado entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro, nos municípios da Grande Vitória e em outras 15 cidades capixabas, no Noroeste, Litoral Norte, na Região Central e Sul. Ao todo, mil pessoas foram ouvidas. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais e em 95% de confiança.