Uma pesquisa realizada entre os participantes do protesto contra o governo na Praça do Papa na tarde do último domingo (16) traçou o perfil do capixaba que foi às ruas e mostrou que a maioria – 60,6% – ganha pelo menos R$ 4 mil reais por mês de salário.
O estudo, realizado por alunos de graduação e mestrado da Universidade Vila Velha (UVV), mostrou outros dados como nível de escolaridade, ocupação e motivações para a participação no ato.
Ao todo, a amostra é constituída de 377 entrevistas, com margem de erro de 5,5 pontos percentuais mais ou para menos, e confiabilidade de 95%.
Segundo as informações coletadas, o grupo que participou da manifestação era, em sua maioria, formado por homens: 53%. Do total, 37% tinha idade entre 31 e 50 anos.
Trabalho em empresas privadas (18,3%), atividade autônoma (17,5%) e estudos (15%) foram as atividades mais citadas entre os entrevistados. Quanto à formação escolar, cerca de 57% afirmou ter completado o ensino superior ou pós-graduação.
Vitória era o município de residência de 60% dos manifestantes, seguido por Vila Velha, com 18,3%, e Serra (11%).
Percepção política
Quando perguntados sobre a participação em outros eventos semelhantes, 76,8% declararam não ser essa a primeira manifestação que fizeram parte; 68% afirmaram que também estiveram presentes na manifestação de março, que reuniu no mesmo local 100 mil pessoas. Quase 63% dos entrevistados alegaram a corrupção e a insatisfação com o atual governo a principal razão por estarem ali.
Apesar da afinidade com o tem – 91,2% se diz interessado ou muito interessado e 82% firmou se informar sobre política diariamente – 94% não participa de partidos políticos e 70,5% se considera apolítico ou apartidário. Para quase 74% dos entrevistados, a democracia é sempre a melhor forma de governo, mas 57,6% está insatisfeito com a democracia brasileira.