Mais quatro bolsonaristas radicais que se identificaram como moradores do Espírito Santo podem se tornar réus no processo que trata sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro deste ano, em Brasília.
É que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou por tornar réus mais 131 denunciados por participação nos atos golpistas.
Nessa nova leva de denunciados estão Deiviston da Silva Ribeiro, Diego Guanabara Correa, Genil Trevizan e Marlos Janut.
Conforme dados consultados junto à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape -DF) todos os citados estão cumprindo prisão domiciliar, mediante medidas restritivas de liberdade, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.
As defesas dos acusados não foram localizadas para comentar o andamento do processo na Corte Suprema.
Até o momento, dez bolsonaristas que se identificaram como moradores do Estado no ato de suas prisões viraram réus na ação penal que tramita no STF.
O STF já contabiliza 1.176 ações penais abertas contra pessoas envolvidas nos ataques às sedes dos Três Poderes; até agora, nenhuma das 1.390 acusações formais apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) foi rejeitada.
A análise sobre o recebimento ou não das 214 denúncias restantes ainda não foi marcada.
Nesse lote mais recente de denúncias, a principal acusação, em todos os casos, é a de incitação à animosidade das Forças Armadas contra Poder constituído e de associação criminosa.
As denúncias têm como alvo pessoas presas no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no dia seguinte aos ataques.
Os recebimentos das denúncias estão sendo julgados no plenário virtual, em que os ministros têm uma janela de tempo para votar remotamente, sem deliberação presencial. A análise desse sexto grupo de denúncias está marcada para durar até as 23h59 desta segunda-feira (29).
Até o momento, votaram pelo recebimento dessa nova leva o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Dias Toffoil, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Rosa Weber e Edson Fachin.
Assim como nas vezes anteriores, divergiram os ministros André Mendonça e Nunes Marques. Ainda faltam os votos de Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
Com o recebimento da denúncia e abertura de ação penal, começa nova fase de instrução do processo, em que são ouvidas testemunhas de defesa e acusação, por exemplo. Somente ao final dessa etapa que o STF deverá julgar, no caso a caso, eventual condenação dos réus. Não há prazo para que isso ocorra.
Acusações de participação em ataques a prédios públicos
Do total de denúncias já recebidas, 225 dizem respeito a pessoas acusadas de participação direta nos ataques aos prédios públicos. Nesse caso, elas são acusadas de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e depredação de patrimônio público protegido, entre outros.
Todos os julgamentos sobre o recebimento ou não das denúncias estão sendo realizados dentro de dois inquéritos, que têm como alvo incitadores e praticantes dos atos golpistas, respectivamente.
Há ao menos mais dois inquéritos no Supremo relacionados ao 8 de janeiro, que têm como alvo eventuais financiadores e autoridades suspeitas de omissão diante dos ataques.
À frente das investigações, a PGR ainda não apresentou denúncias nesses processos, que se encontram ainda em fase de investigação pela Polícia Federal (PF), na operação denominada Lesa Pátria.
*Com informações da Agência Brasil