Após as saídas já confirmadas do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, e do atual prefeito de Vila Velha, Max Filho, o PSDB vai acompanhar, nos próximos dias, a saída de mais um nome do partido. O deputado estadual Sergio Majeski confirmou que deixará a sigla em breve.
A saída de Majeski será confirmada durante o período conhecido como “janela partidária”, quando os parlamentares podem trocar de partido sem o risco de perder o mandato – que este ano acontecerá entre 7 de março e 7 de abril.
“Eu vou sair do PSDB, isso é fato consumado, mas ainda não defini o partido em que ingressarei. A janela abre na semana que vem, mas vai até abril, então pretendo conversar mais com as legendas e tomar a decisão mais acertada possível”, explicou.
Apesar da indefinição, dois partidos surgem como os favoritos para abrigarem o deputado: a Rede e o PPS, que vem se tornando um dos redutos favoritos da oposição do governador Paulo Hartung (MDB) e já foi confirmado como a nova “casa” de Luiz Paulo.
“Venho conversando com diversos partidos: PPS, PSB, Rede, Partido Novo. Não voltei a conversar com o pessoal do PV desde a morte da Cidinéia Fontana [ex-presidente do partido] porque o partido ficou meio indefinido. As conversas têm sido muito promissoras, foram bons diálogos, mas ainda não tenho uma definição”, confirmou Majeski.
Sem amarras
Segundo o ainda tucano, durante as conversas – e negociações – uma questão que tem sido deixado clara é a liberdade do deputado para definir em qual cargo se candidatará. “Não quero limitação nenhuma, quero liberdade para poder definir a minha situação. Posso ser candidato ao senado, ao governo. Vou esperar primeiro algumas situações se resolverem para definir a minha posição”, disse ele, referindo-se, principalmente, à situação de Hartung e do ex-governador Renato Casagrande, que ainda não fizeram nenhum movimento.
Debandada no ninho
A saída de Majeski expõe ainda mais o atrito e a distância entre tucanos com visões diferentes, principalmente no que diz respeito a estreita ligação do partido com o atual governo e o MDB capixaba.
O clima começou a ficar mais pesado no fim do ano passado durante a convenção do partido. Majeski e Luiz Paulo eram dois expoentes do grupo liderado por Max Filho, derrotado na convenção, e que buscava um afastamento do Palácio Anchieta.
“A minha saída tem toda relação com o resultado das convenções. Tudo começa pela forma como foi a eleição do PSDB. O governador e vice não tiveram o menor constrangimento de usar a máquina do estado para comprar apoio. Ganhar ou perder eleição faz parte, desde que seja uma disputa ética, justa e transparente, o que não aconteceu”.
O partido
O presidente do PSDB, César Colnago, foi procurado para comentar sobre as saídas dos três do partido e respondeu por meio de nota.
“O PSDB-ES conta com quadros muito qualificados para a formação de suas chapas e está sempre aberto a receber novos filiados que se identificam com os ideais da social democracia. O partido entende que cada liderança tem o direito de buscar a sigla com a qual mais se identifique e, por isso, busca sempre atores dispostos a debater e construir um novo Estado”.