Reeleito com 67.631 votos, o deputado Carlos Manato (SDD) se prepara para o quarto mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O parlamentar abre a série de entrevistas especiais do Folha Vitória. Durante a conversa, Manato falou das estratégias de seu partido, o Solidariedade, para 2016, comentou a gestão Casagrande, e confirmou interesse em coordenar a bancada capixaba. Confira:
Folha Vitória: Durante o primeiro mandato da presidente Dilma muitos criticaram a relação do governo federal com o Espírito Santo. As obras do Aeroporto de Vitória e as obras de duplicação da BR 262 estiveram entre as principais demandas do Estado, e chegou-se a falar em isolamento. Mas, não houve falta de articulação da própria bancada para tentar resolver alguns desses impasses?
Carlos Manato: Não houve falta de articulação. O que aconteceu foi má vontade, incompetência e muitos erros. No caso do aeroporto, fizeram uma licitação de projeto básico, e não um projeto executivo. Tinham muitas lideranças do PT aqui no Estado, e que em nada ajudaram.
FV: O que o senhor espera da relação do governo federal com o Espírito Santo neste novo mandato?
CM: A presidente tem que devolver os recursos do Espírito Santo. O Estado paga impostos e ela tem que devolver isso em investimentos.
FV: O senhor pensa em entrar na disputa para ser o coordenador da bancada?
CM: Eu já comecei a discutir a formação da mesa, e já coloquei meu nome. Tenho vantagem por ser o deputado mais antigo.
FV: Existem projetos que deixaram de ser apresentados no mandato anterior, e que poderão ser apresentados neste novo mandato? Quais?
CM: O projeto da Lei Orçamentária, e também estou trabalhando no projeto de desaposentadoria, que deve ficar pronto nos próximos 15 dias. Também estamos trabalhando nesse questão da maioridade pena. Ao invés de diminuir, o menor será emancipado como adulto quando cometer um crime hediondo. Nesse projeto estão comigo o Bolsanaro e o Francischini.
FV: Nos bastidores, a informação é de que alguns dos novos deputados eleitos já se articulam de olho nas eleições de 2016. O senhor acha correto deixar o cargo na Câmara para disputar outro cargo antes do término do mandato?
CM: Estou há 12 anos no mandato como deputado, ganhei para ser deputado federal. No momento estou trabalhando para a Mesa Diretora. Fizemos um bloco com o PMDB, e espero presidir uma comissão.
FV: Como o senhor avalia o cenário para 2016 no ES? O senhor teria intenção em disputar alguma prefeitura da Grande Vitória?
CM: Ganhei para ser deputado federal, mas pode ser que surja alguma proposta.
FV: Como o senhor avalia a gestão do governador Renato Casagrande?
CM: Não tenho muito o que falar, o povo decidiu mudança. Casagrande fez o trabalho dele. Trabalhou na normalidade, mas o modelo de gestão dele não agradou, e o povo achou melhor mudar.
FV: Quais os rumos do Solidariedade aqui no Estado?
CM: Nosso partido cresceu muito, e teve mais de 70 mil votos na última eleição. Elegemos um estadual, e vamos nos organizar para ter candidato a prefeito, em Itaguaçu e Apiáca. Já temos nomes para disputar. Dia 15 de novembro começaremos a discutir os rumos do partido, e vamos intensificar depois do carnaval.