Durante a última etapa do debate realizado nesta quinta-feira (20) pela Rede Vitória, de enfrentamento direto entre os candidatos, Carlos Manato (PL) falou em situação de desertificação no município de Itapemirim, ao Sul do Estado, e aumento de 140% no desmatamento no Estado durante a gestão atual, feita pelo adversário político Renato Casagrande (PSB).
Sobre o assunto, o atual governador afirmou que a questão ambiental para ele é muito séria e que desenvolve uma série de projetos na área, até por ter formação em engenharia florestal.
“Temos entre as iniciativas, o Reflorestar, que já recuperou 15 mil hectares de mata. Além disso, há um programa de crédito de carbono e preocupação com as mudanças climáticas. Também desenvolvemos programa de barragens e fiscalização de desmatamento junto ao Idaf. É um trabalho enorme”, respondeu o candidato do PSB.
De volta à palavra, o ex-deputado federal Carlos Manato, repetiu, como em vários momentos no debate, que Casagrande se esquiva das perguntas, voltando a se referir a uma nomeação de diretoria de presídio no município de Cachoeiro de Itapemirim, de alguém que, segundo ele, tem ligação com o crime.
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“Temos um projeto melhor que o seu”
Em seguida, voltou a atenção à temática ambiental, proposta sorteada pela mediadora do debate, Juliana Lyra. Nesse âmbito, Manato afirmou que “temos um projeto melhor que o seu para o meio ambiente”. O médico disse que pretende recuperar as bacias hidrográficas, que seriam cinco.
“Água quando vem da chuva não pode ir para o mar levando tudo, temos que levar para o subsolo. Precisamos sim de barragem, mas precisamos dar ao produtor rural a planta da barragem e a licença ambiental e hoje está complicado conseguir a licença. Se dermos as máquinas e o caminho, isso facilita”, disse.
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Por fim, Renato Casagrande recuperou o direito de fala e disse que, na verdade, o Espírito Santo conta com mais de cinco bacias e que tem sido promovido o programa “Pró bacias”, com atenção ao saneamento básico junto às prefeituras.
A reportagem apurou que o Estado conta com 12 bacias hidrográficas.
“A proteção aos recursos se transformou também em oportunidade econômica, uma economia verde, com energia renovável e, assim, transição energética. Temos um programa de reflorestamento de terra nua que é um dos melhores do Brasil e vamos criar um mercado de carbono local. Essas ações são em defesa da vida”, finalizou o atual governador.
Centroavante? Entenda termo usado contra Casagrande
Termo pertencente ao universo do futebol, que representa o jogador que ocupa uma posição no centro da linha de ataque, a expressão acabou se tornando apelido debochado usado pelo candidato ao governo do Estado, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), em referência ao atual governador e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB), durante debate realizado nesta quinta-feira (20) pela Rede Vitória.
A alcunha é uma referência ao ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior, cujo sobrenome é o mesmo do engenheiro florestal e atual chefe do Executivo estadual. Mas a conotação vai muito além, é claro, do que abrange a paixão nacional.
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O título de centroavante ainda não havia sido usado, em outras ocasiões, por Manato, para atacar o adversário político. Porém, no debate da Rede Vitória, o médico o repetiu diversas vezes, como forma de provocação.
O apelido foi dado ao socialista no escândalo da Odebrecht, em que, durante delação premiada feita em mais um desdobramento da Operação Lava Jato, em 2017, foi revelada uma planilha com nomes e apelidos de políticos que teriam recebido propina por parte da empreiteira.
Apesar disso, o governador negou, por nota, à época, ter tratado sobre repasse de dinheiro para campanhas eleitorais com a Odebrecht ou com qualquer outra empresa no Palácio Anchieta. Segundo ele, “as reuniões relatadas pelos delatores sempre abordaram assuntos institucionais e de interesse do Estado”.