Política

Manifestação pró-governo acontece em várias estados do país

Os participantes do ato a favor da presidente Dilma começaram a chegar em Brasília, na manhã desta quinta-feira, em caravanas vindas de vários Estados do País

Em Brasília, o ato já reúne 50 mil pessoas na frente do Congresso. Foto: Agência Brasil

Brasília – Os participantes do ato Jornada Nacional pela Democracia – Golpe Nunca Mais, em favor da presidente Dilma Rousseff, se reuniram em em frente ao Congresso Nacional, após caminhada que teve início no estacionamento do Estádio Mané Garrincha. Os manifestantes já falam na presença de 100 mil pessoas no ato, mas a Polícia Militar não confirma esse número e fala em 50 mil pessoas.

Os participantes do ato começaram a chegar em Brasília, na manhã desta quinta-feira, em caravanas vindas de vários Estados do País. Todos os participantes de fora da cidade receberam alimentação e água dos organizadores do evento, que tem o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A PM fez um cordão de isolamento em frente ao Congresso Nacional e a cavalaria também está de prontidão. As entradas do Palácio do Planalto, do Itamaraty e do Palácio da Justiça estão protegidas com grades de ferro.

Pelo país

O ato em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocupa a Praça da Sé e a rua lateral da catedral, no centro da capital paulista. Organizado pelo movimento Frente Brasil Popular, o ato foi batizado de “Em Defesa da Democracia, Golpe Nunca Mais”. Quatro carros de som levam líderes de movimentos sociais e de sindicatos que se revezam nos discursos.

Entre os manifestantes, há balões e bandeiras de entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), da União da Juventude Socialista, da Central de Movimentos Populares, além de sindicatos de diversas categorias.

As pessoas carregam bandeiras e faixas com o nome de Dilma e com a hashtag DilmaFica, além de mensagens contra o impeachment e contra o que chamam de golpe.

Em Fortaleza, manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff caminham pelas ruas do Centro de Fortaleza em direção ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, onde é esperada a presença do governador do Ceará, Camilo Santana ( PT ).A organização estima em 50 mil o número de participantes. A Polícia Militar ainda não informou a quantidade de pessoas, mas acompanha a manifestação por meio da cavalaria e do Batalhão de Choque. A passeata segue até o momento sem incidentes.

Ato acontece também em Vitória

Em Teresina, a Frente Piauí Popular fez vigília em frente a igreja de São Benedito contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Os manifestantes pedem a saída do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e do vice-presidente da República, Michel Temer, ambos do PMDB. Os manifestantes chamavam Temer de traidor e pediam a sua renúncia do cargo de vice-presidente.Os coordenadores do movimento falam em defesa da democracia e a preservação do estado democrático de direito, mas exibiam cartazes e faixas dizendo: Não vai ter golpe, Democracia já,  Fora Cunha,  Cunha na cadeia e Renuncia Temer.

Já em Maceió, cerca de cinco mil manifestantes, segundo os organizadores da Frente Brasil Popular, participaram, nesta quinta-feira, de um ato pró-governo da presidente Dilma Rousseff e em defesa da democracia. A Polícia Militar de Alagoas não acompanhou a manifestação.O  grupo, formado por artistas alagoanos, representantes de folguedos populares, trabalhadores rurais sem-terra e sindicalistas, se concentrou na praça Montepio dos Artistas, no centro da cidade, diante da sede alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que apoia a saída da Dilma Rousseff da presidência. 

No Rio, os organizadores do protesto no Largo da Carioca fizeram um minuto de silêncio para lembrar as vítimas da ditadura militar no Brasil. Eles lembraram que nesta quinta-feira,  31 de março, completam-se 52 anos do golpe de 1964. Eles fizeram referência ao “golpismo” contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Militantes também distribuíram cartazes escritos “Golpe nunca mais”. 

Em Porto Alegre, manifestantes contrários ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff voltaram à Esquina Democrática de Porto Alegre no fim da tarde de hoje (31). Assim como no dia 18, a manifestação ocupa várias quadras do centro histórico da capital gaúcha, desde as 17h.

Os participantes não pouparam ataques ao PMDB, que esta semana deixou o governo Dilma. Os integrantes do partido mais lembrados foram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o vice-presidente da República, Michel Temer. A atuação do juiz federal Sérgio Moro também foi alvo de críticas dos manifestantes.

Ao som de músicas como Cálice, de autoria de Chico Buarque e Gilberto Gil, e de gritos como “Não vai ter golpe”, representantes de centrais sindicais, movimentos sociais e da sociedade civil fizeram hoje (31), uma caminhada no centro de Salvador contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Um trio elétrico acompanhou o percurso, onde representantes discursaram em apoio à presidenta Dilma. Uma banda em um microtrio elétrico cantou músicas de resistência à ditadura, ao som da guitarra baiana. Segundo a Polícia Militar, cerca de 12 mil pessoas estiveram no ato.

Manifestantes que saíram do Campo Grande, um pequeno bairro de Salvador, se uniram ao grupo que saiu do centro. Com a união dos dois grupos, participavam da passeata, além de partidos políticos, movimentos sociais, centrais sindicais e representantes de grupos minoritários, como pessoas da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e indígenas da etnia Pataxó, da região sul da Bahia. Um deles é Kâhu Pataxó, que disse ter vindo à capital somente para participar do ato, junto com outros familiares da etnia.

No exterior

Cerca de 150 argentinos e brasileiros marcharam nesta quinta-feira (31) pelo centro de Buenos Aires contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O ponto de encontro foi a embaixada do Brasil, onde militantes da Frente Para a Vitoria (da ex-presidenta Cristina Kirchner) entregaram uma carta de apoio a Dilma e a Luiz Ignácio Lula da Silva. Os brasileiros, que se auto convocaram pelas redes sociais, levavam cartazes e gritavam: “Não vai ter golpe”.

A mineira Denise de Fátima Brás disse que participou do ato porque quer combater a corrupção no Brasil, sem colocar em risco da democracia. “Sou a favor da investigação das denúncias de corrupção e quero que os culpados sejam punidos, mas não se faz isso tirando um governo de forma ilegal”, disse.

Segundo ela, as “pedaladas fiscais” que teriam sido cometidas por Dilma “são uma irregularidade praticada por vários governos”, mas “não constituem um crime que justifique um impeachment”. Os argentinos, seguidos pelos brasileiros, marcharam da embaixada do Brasil até o Obelisco, no centro de Buenos Aires. 

Com informações do Estadão e Agência Conteúdo