O suposto hacker Walter Delgatti Neto, preso na última quarta-feira (24), disse em depoimento para a Polícia Federal em Brasília, que conseguiu o contato do jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, por meio da ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB).
No depoimento, Delgatti afirmou que entrou em contato com a ex-deputada no dia 12 de maio, domingo de Dia das Mães, para dizer que tinha um acervo de conversas do MPF contendo irregularidades.
Posteriormente, ele entrou em contato com o jornalista do The Intercept mostrando o material que havia obtido no Telegram dos procuradores da República Deltan Dallagnol, Orlando Martelo Júnior, Diogo Castor e Januário Paludo.
No depoimento para PF, Delgatti afirmou que não realizou qualquer edição dos conteúdos das contas de Telegram das quais teve acesso. O suposto hacker disse que acredita não ser possível fazer edição das mensagens do Telegram em razão do formato utilizado pelo aplicativo.
Todos os contatos telefônicos, segundo o Delgatti, foram obtidos por meio de invasões a telefones celulares. Conforme o depoimento, ele conseguiu o contato da ex-deputada por meio da agenda do Telegram da ex-presidente Dilma Rousseff.
O contato da petista, por sua vez, havia conseguido através da lista de contato do Telegram do ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão. Delgatti, no entanto, diz não se recordar como conseguiu o contato de Pezão.
O suposto hacker disse que não armazenou nenhum conteúdo das contas da ex-presidente e do ex-governador do Rio de Janeiro porque tinham poucas mensagens.
Segundo o depoimento de Delgatti, em um primeiro momento, Manuela não havia acreditado no material que havia obtido dos procuradores, por isso não queria passar o contato de Glenn.
O suposto hacker, então, enviou uma conversa em áudio de uma conversa entre os procuradores Orlando Martelo Júnior e Januário Paludo. Cerca de 10 minutos após ter enviado o áudio, Delgatti diz ter recebido uma mensagem no Telegram do jornalista.
Ainda conforme o depoimento à Polícia Federal, Glenn teria dito ao suposto hacker que tinha interesse no material. Delgatti começou a passar o material pelo próprio Telegram, mas como era muito volumoso, criou uma conta na nuvem e passou a senha para o jornalista.
O suposto hacker diz que em momento algum o editor do The Intercept teve acesso aos seus dados pessoais e que nenhum jornalista do site o conhecia. Delgatti ainda disse para a PF que nunca recebeu nenhum valor, quantia ou vantagem em troca do material.
Com informações do Portal R7!