Mais do que o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) dispararam frases, flertaram com bate-bocas e sugeriram mudanças que, na prática, não cumprem.
Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal rejeitaram pedido de habeas corpus para impedir a prisão antecipada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do tríplex do Guarujá (SP). A decisão abre caminho para que o petista seja preso após o processo esgotar a etapa da segunda instância.
Confira a seleção dos melhores (ou piores) momentos da sessão desta quarta-feira (4):
“Talvez por o nobre advogado ter ficado conversando durante o voto ele não tenha ouvido as duas colocações.”
Alexandre de Moraes, do STF, ao advogado José Roberto Batochio
“Me avisaram do meu gabinete que estava com uma marca de batom, um beijo no rosto. O único problema que não preciso nessa altura da vida.”
Luís Roberto Barroso, ministro do STF
“Temos de acabar com esses feriados do Judiciário. Temos de acabar com as férias em dobro. Temos de acabar com penduricalhos com auxílio-moradia, com o diabo. Mas não mediante chantagem.”
Gilmar Mendes, pouco antes de embarcar para Portugal
“A simples mudança de composição não constitui fator suficiente para legitimar alteração de jurisprudência.”
Rosa Weber, ao justificar a mudança de voto (havia se posicionado contra a prisão em 2ª instância em 2016)
“A interpretação literal leva o judiciário a níveis alarmantes de insatisfação perante os destinatários das nossas decisões.”
Luiz Fux, ao justificar voto negando o habeas corpus
“É possível restituir a liberdade de alguém se houver reforma de sentença condenatória no STJ e no STF, com juros e correção monetária? Não, senhora presidente.”
Ricardo Lewandowski, que votou pelo habeas corpus
“A sociedade está indignada, mas isso não justifica que todos possam ser considerados culpados.”
Marco Aurélio Mello, que votou pelo habeas corpus
“Já se distanciam no tempo histórico os dias sombrios que recaíram sobre o processo democrático em nosso país. Quando a vontade hegemônica dos curadores do regime político então instaurado sufocou de modo irresistível o exercício do poder civil”
Celso de Mello. A fala foi interpretada como uma resposta às manifestações de militares sobre o julgamento