Política

Marçal afirma que "2026 é daqui a algumas semanas" e apoiadores choram na Paulista

Ele afirma que o 3° lugar nas eleições municipais da capital paulista foi um "resultado extraordinário"

Foto: Reprodução redes sociais

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que foi derrotado nas urnas neste domingo de eleições (06), disse em uma coletiva de imprensa que “2026 é daqui a algumas semanas”, fazendo menção a próxima eleição que poderá disputar.

LEIA TAMBÉM:

Estagiária entregando “santinho”, embriaguez e detento com nome falso são flagrados nas eleições no ES

Delegado eleitoral denuncia agressão e destruição de provas durante eleições em Presidente Kennedy

Veja quem são os prefeitos eleitos nas cidades do ES e saiba onde haverá 2º turno 

O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, disse que a sigla fará de tudo para o ex-coach ser candidato à Presidência da República e disse que ele se tornou “novo expoente da política brasileira” com o resultado em São Paulo.

Pablo Marçal afirmou que o 3° lugar nas eleições municipais da capital paulista foi um “resultado extraordinário”, por não ter tempo de propaganda eleitoral e nem por utilizar dinheiro público na campanha.

O candidato disse que não disputará mais a Prefeitura de São Paulo nem cargos para o Legislativo. 

“Então só tem dois caminhos: o governo do Estado ou a Presidência do Brasil”, disse.

Ele também afirmou que, hoje, ninguém toma a eleição presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Depois, chamou o petista de “senil” e acrescentou que ele pode ter o mesmo fim de Joe Biden nos EUA.

Marçal ficou em terceiro, com 28,14% dos votos e não foi para o segundo turno porque Guilherme Boulos (PSOL) teve 29,07%, o equivalente a 56.853 votos a mais. Nunes ficou em primeiro com 29,48%, uma vantagem de 81.865 em relação ao ex-coach

Marçal parabenizou Nunes e Boulos pelo resultado, disse que enviou uma mensagem ao prefeito, mas que não tentou contato com o candidato de esquerda. 

“O Boulos para mim é um marginal”, declarou.

O candidato do PRTB, ao ser questionado se iria apoiar Nunes no segundo turno, disse que isto depende do atual prefeito da cidade. 

Marçal afirmou que só apoiará o prefeito se Nunes incorporar parte de suas propostas, como transformar unidades de ensino em escolas olímpicas e ensinar educação financeira para os alunos.

“Está nítido que ele pegou muito pesado e foi muito injusto comigo. Eu entendo que é coisa de marqueteiro isso. Eu não sou homem de carregar mágoa, raiva”, afirmou.

Ele também parabenizou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o chamou de “Lázaro” por “ressuscitar” Ricardo Nunes. 

Em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que criticou a atitude de Marçal de atribuir laudo médico falso a Boulos, Marçal respondeu que eles nunca foram aliados e que o conservadorismo brasileiro é maior do que ambos. 

“Ele quer me colocar no rol daquelas pessoas que ele ajudou e que viraram as costas, mas o Bolsonaro nunca me ajudou”, disse.

O coach evitou cravar que a divulgação do documento que dizia que o candidato do PSOL era usuário de cocaína foi um erro. Ele disse que vai “meditar” sobre sua campanha e depois gravar vídeos sobre o que eventualmente tenha feito de errado. 

“Eu, Pablo Marçal, jamais postaria sabendo que é um laudo falso”, disse.

Leonardo Avalanche, presidente do partido em que Marçal é filiado, o PRTB, avaliou que a atitude afastou eleitores indecisos que fizeram falta ao final. 

“Eu acho que quem o orientou a fazer isso cometeu um grande erro. O resultado das urnas mostra que atrapalhou um pouco, atrapalhou sim. Eu não fiquei sabendo (que o laudo seria divulgado). Como ele mesmo falou, foi o advogado pessoal dele (Tássio Renam) que orientou. Ele seguiu essa orientação e, de fato, depois, na verificação, pudemos ver que o laudo não tinha nexo”, acrescentou o dirigente partidário, que é um dos integrantes do PRTB suspeitos de terem ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O influenciador comemorou que candidatos que ele gravou vídeos em Goiânia e em Curitiba cresceram na reta final e foram para o segundo turno e declarou que ele rodará o país apoiando quem estiver concorrendo petistas e comunistas no segundo turno.

“Eu prometo ser combativo na política brasileira nos próximos 12 anos. Esse é o tempo que eu decidi, no meu coração, em servir à política. Sou alguém que não depende disso, mas para o futuro que eu espero do Brasil, eu preciso entrar nisso para que a gente possa mudar a mentalidade das pessoas”, afirmou.

Ele também agradeceu às pessoas que, segundo ele, doaram um total de R$ 7 milhões para sua campanha. 

“A maior parte dos doadores vieram de outras cidades. O brasileiro acredita no que eu carrego. E eu não vou desistir disso nunca”, disse.

Integrantes do núcleo mais próximo do influenciador, que ao longo da campanha utilizaram o Instagram para mostrar bastidores, silenciaram nas redes sociais após a derrota. 

As últimas publicações são do fim da tarde, quando a apuração ainda estava nas fases iniciais. A exceção foi Filipe Sabará, coordenador de campanha, que se manifestou por volta das 22h.

“O grande vencedor desta eleição chama-se Pablo Marçal que não se curvou para o sistema. Foi uma enorme honra ter caminhado ao lado deste grande guerreiro. Que Deus abençoe e continue iluminando os seus caminhos”, escreveu ele.

O sentimento destoou daquele exibido pelos eleitores mais engajados. O grupo que estava na Avenida Paulista, para onde Marçal iria para comemorar o resultado com direito a trio elétrico, foi aos prantos diante da derrota e rezou para o candidato do PRTB.

Cenas semelhantes foram vistas no centro de convenções. Enquanto aguardavam Marçal, os convidados improvisaram um culto religioso e oraram pela vitória do ex-coach enquanto a apuração ocorria.

*Com informações do Estadão