Se até sexta-feira (24) nada extraordinário ocorrer, o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União Brasil), deverá ser reconduzido à presidência do Legislativo no próximo dia 3 de fevereiro, quando será convocada uma sessão para eleição da próxima Mesa Diretora da Ales.
O governador Renato Casagrande (PSB) ainda vai ouvir alguns deputados entre amanhã e sexta e deve dar sua palavra final antes do final de semana. Mas, nos bastidores, a decisão já estaria tomada.
Hoje, Marcelo Santos é o nome para presidir a Ales no biênio 2025-2026, não há impedimentos por parte do governo, e só se houver uma revolução, com a maioria dos parlamentares estaduais se posicionando contra, para Marcelo deixar a cadeira da presidência.
Com isso, o presidente desbanca mais uma vez o deputado Vandinho Leite (PSDB), que também estava interessado no posto. Os dois também disputaram a presidência em 2023.
Marcelo, após uma série de movimentações, passou a ter uma certa vantagem com relação ao tucano. Ele fechou o ano passado aprovando todas as matérias do governo, conseguiu mobilizar a maior parte dos deputados para apoiá-lo e, sabedor da desconfiança do Palácio Anchieta com relação ao seu posicionamento político, tratou de mudar o rumo e o discurso emitindo sinais e recados de que estaria fechadíssimo com Casagrande e Ricardo.
Marcelo chegou a apoiar adversários de Casagrande na eleição de outubro passado. Mas, numa entrevista coletiva convocada para prestar contas do mandato – que serviu para enviar um recado ao governo – tratou de dizer que seu compromisso com lideranças em 2024 ficou em 2024. Repetiu várias vezes que mantinha a aliança com o grupo de Casagrande.
Ponto crucial
Marcelo vinha dando muito sinais de que quer muito continuar na presidência da Ales. Porém, ter ajudado na construção de uma aliança entre Casagrande e a presidência nacional do União para o projeto do governo para 2026 foi o ponto crucial para que seu favoritismo se transforme, nos próximos dias, em vitória.
União Brasil é um dos maiores partidos políticos do País, com uma bancada que conta com 59 deputados federais. Isso, numa campanha eleitoral, representa mais recursos e tempo de TV, além do capital político das lideranças do partido. Casagrande está em busca de formar uma ampla aliança, como em 2022, para o ano que vem e o apoio do União Brasil tem papel fundamental.
Marcelo intermediou um encontro entre o governador, o vice Ricardo Ferraço (MDB) e o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, na manhã desta quarta-feira (22). Ele, Casagrande e Ricardo viajaram juntos para Brasília.
Na reunião, foi tratado sobre o apoio do partido para manter a governabilidade da gestão Casagrande e também o compromisso em apoiar o projeto para 2026 que hoje tem, como plano A, a eleição de Casagrande ao Senado e de Ricardo ao governo do Estado.
Em entrevista à coluna De Olho no Poder, na semana passada, Casagrande já tinha dito que “governabilidade e compromisso com o projeto de 2026” iriam pesar na escolha do próximo presidente da Assembleia.
Contrapartida
Mas, além do apoio para 2026, também foi tratado sobre a contrapartida, que envolveria a manutenção de Marcelo no posto de presidente da Ales.
O martelo não foi batido lá em Brasília, justamente porque Casagrande se comprometeu em ouvir os deputados, mas também não foi colocado nenhum impedimento para que a recondução do presidente ocorra.
Na tarde desta quarta, Marcelo publicou em seu Instagram a aliança fechada entre o partido e Casagrande, com uma foto emblemática em que os quatro (Ricardo, Rueda, Casagrande e Marcelo) aparecem sorridentes e se abraçando.
Na legenda, escreveu:
União Brasil reafirma compromisso de apoio ao projeto administrativo e político liderado por Renato Casagrande e Ricardo Ferraço em 2026. Hoje, em Brasília, ao lado do governador Renato Casagrande, o vice Ricardo Ferraço, nos reunimos com Antônio de Rueda, presidente nacional do União Brasil. O encontro confirmou o apoio do nosso partido ao projeto político e administrativo liderado pela dupla Renato e Ricardo.
Ele também informou que o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), retorna ao partido: “Além disso, atendendo a um convite meu e do presidente nacional, o prefeito Euclério Sampaio retornará ao partido, assumindo um papel crucial na Executiva estadual do Espírito Santo”, disse Marcelo, sem entrar em detalhes.
Há a possibilidade de Euclério ser o novo presidente do partido, num acerto que deve ser feito no mês que vem com a presença de Rueda no Espírito Santo. Hoje, quem preside o partido no Estado é o secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, que não estava na reunião de Brasília, mas Marcelo briga pela presidência.
A sessão preparatória e a sessão solene para a eleição da próxima Mesa Diretora da Assembleia ocorre no próximo dia 3 de fevereiro (uma segunda-feira), às 15 horas.
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