O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi um dos alvos da Operação Disque 100, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 14. O senador foi acusado de corrupção de menores e, na mesma investigação, teve suas redes sociais bloqueadas e bloqueio de até R$ 50 milhões em suas contas.
A acusação de corrupção de menores veio de um vídeo compartilhado por Marcos do Val. Na publicação foi feita na conta da filha do blogueiro bolsonarista e também alvo da operação, Oswaldo Eustáquio e republicada pelo senador. Na gravação, outros dois filhos de Eustáquio citam nominalmente um delegado que fez buscas e apreensões na casa do blogueiro.
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O senador disse que a ação policial é abusiva. “Essas decisões, proferidas pelo ministro Alexandre de Moraes, violam frontalmente a Constituição da República”, disse o parlamentar.
Os investigadores argumentaram na representação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, que o senador “promoveu publicações de exposição / intimidação, inclusive envolvendo a gravação de menores de doze anos de idade reproduzindo as afirmações feitas por ambos”.
Para a PF, ao repostar o vídeo do Val estimulou a jovem a expor mais dados de policiais e seus familiares.
O próprio Eustáquio é acusado de corrupção de menores por usar os filhos para atacar autoridades. Segundo a PF, quando postagens sobre policiais foram feitas no perfil da filha do blogueiro foram feitas, ela estava dormindo.
“Indicando sua efetiva utilização por maiores de idade, inclusive responsáveis legais, para a realização das condutas de obstrução das investigações”. As contas da jovem foram bloqueadas.
Ação para apreender passaporte
Marcos do Val fez uma publicação em seu X (antigo Twitter) com uma nota oficial sobre a situação.
“Hoje, 14 de agosto, fui surpreendido pela visita de policiais federais em minha residência, com a ordem de apreender meu passaporte, sem que houvesse qualquer decisão judicial, sem que o Senado fosse devidamente comunicado sobre o cumprimento de tal mandado, e sem a prévia ciência do presidente desta Casa”, escreveu.
Ele ainda completou: “A apreensão do meu passaporte diplomático, realizada sem qualquer justificativa legal ou fundamento plausível, é mais uma demonstração clara das ilegalidades que vêm sendo cometidas contra mim. Não há motivo algum para que meu passaporte seja retido, pois não tenho qualquer intenção de fugir do Brasil. Continuo firme no exercício do meu mandato, e nada justifica essa medida draconiana”.
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No anúncio da operação a PF destacou que, para expor e intimidar policiais, “investigados chegaram a empregar crianças e adolescentes e seus perfis em redes sociais para a prática das condutas, valendo-se de sua condição de menoridade para ocultar sua verdadeira autoria”.
O Conselho Tutelar da Secretaria de Justiça do Distrito Federal acompanham as diligências para “dar a mais ampla proteção aos menores envolvidos”.