O atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta segunda-feira (15), para assumir o cargo de ministro da Saúde.
O médico aceitou substituir Eduardo Pazuello e será o quarto ministro da Saúde no governo Bolsonaro.
A reunião com Queiroga durou cerca de 3 horas no Palácio do Planalto. Depois do encontro, o presidente disse que “já conhecia o médico” e que ele “é um profissional qualificado”. A mudança será anunciada oficialmente nesta terça-feira (16).
Além de Pazuello, já ocuparam a pasta os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. No final de semana, o governo chegou a conversar com a médica Ludhmila Hajjar, mas ela recusou assumir a pasta.
Queiroga é da Paraíba, respeitado na área e tem uma boa rede de relacionamentos em Brasília e no governo federal. Neste ano, o médico já havia sido convidado para integrar a direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, também, já havia sido cotado para assumir o ministério da Saúde depois da saída de Mandetta.
Marcelo defende o distanciamento social e não acredita em tratamento precoce, dois pontos em que ele diverge dos bolsonaristas e do próprio presidente da República. No entanto, ele é apontado como uma pessoa com jogo de cintura para construir uma política de saúde, que possa funcionar contra a pandemia, sem contrariar suas convicções.
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, é especialista em cardiologia e tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Portugal. Atualmente, Queiroga dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Marcelo também foi dirigente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, onde ocupou a presidência no biênio 2012/2013, sendo membro permanente do Conselho Consultivo. Ele integra também o Conselho Regional de Medicina da Paraíba como Conselheiro Titular.
Assim como Ludhmila Hajjar, Marcelo Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contra o “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento sem comprovação científica para covid-19.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer para Bolsonaro no final de 2018. Em setembro do ano passado, ele se encontrou com o presidente no Planalto e chegou a postar uma foto juntos.
Estavam no páreo para substituir Pazuello o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) e o também cardiologista José Antonio Franchini Ramires, do Incor, em São Paulo.
*Com informações do blog do Nolasco no R7