Mesmo antes da decisão dos desembargadores de manter a condenação do ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro, o presidente estadual do PT, João Coser, já considerava a condenação o resultado mais provável no julgamento que acontece nesta quarta-feira (24) no Rio Grande do Sul.
Acompanhando o julgamento desde o início da manhã na Praça Costa Pereira, no centro da capital, Coser não tinha muita expectativa na absolvição de Lula e revelou que a antecipação do processo faz “parte de um combinado”.
“Eu não tenho muita expectativa com relação a um resultado positivo ao Lula porque essa antecipação de maio para agora faz parte de um combinado. Lula poderia ter sido julgado em abril ou maio, numa tramitação normal dentro do tribunal. O presidente do Tribunal recebeu a peça e disse que não tinha lido, mas avaliava que a peça do juiz Sergio Moro era uma boa peça. E mais grave: a diretora do tribunal tá fazendo uma campanha nas redes sociais pela prisão do Lula. Então, o tribunal ali parece contaminado. Acho muito difícil que ele seja absolvido”, disse o ex-prefeito antes do resultado final ser revelado.
A segunda condenação sofrida pelo ex-presidente, no entanto, não mudará os planos do partido, que entrará com os recursos nas instâncias cabíveis e seguirá colocando Lula como pré-candidato a presidência da República.
“A parte jurídica está sendo feita pelo partido, mas não muda nada do ponto de vista da expectativa da disputa. Na orientação política da direção nacional, nós vamos entrar na campanha em breve, com uma pré-candidatura do ex-presidente Lula, já que o prazo para formalizar a candidatura ainda não começou”, frisou Coser, que complementou:
“O lula é uma liderança nacional e internacionalmente conhecida. Ele está sendo vitimado e impedir que o PT volte ao poder é benéfico para muita gente. O processo que julga o Lula não pode ser comparado com o processo que julga os outros políticos, que levam 10, 12 anos para serem julgados”.
Projetos distintos
O presidente estadual da sigla admitiu também que uma possível proibição a candidatura do ex-presidente seja boa para os demais partidos.
“A não candidatura facilita a vida da direita, mas nós temos certeza que vamos participar da eleição porque o Brasil tem dois projetos: o nosso, da esquerda, e o da direita. O povo é quem precisa decidir se quer o projeto liderado pelo Lula ou algum outro projeto da direita. O povo é que tem que ser o juiz”, finalizou.
Assista também a entrevista de João Coser no Fala Manhã!
