Política

“Meu projeto para 2026 é me viabilizar para o Senado”, diz Manato

Manato, que pode estar de saída do PL, disputou as duas últimas eleições para o governo do Estado e, em 2022, conseguiu levar o pleito para o 2º turno

Carlos Manato (foto: arquivo pessoal)
Carlos Manato (foto: arquivo pessoal)

Após disputar por duas vezes consecutivas o governo do Estado e conseguir, em 2022, o feito de levar o pleito para o 2º turno depois de 28 anos, o ex-deputado Carlos Manato (PL) agora está focado numa outra missão: viabilizar o próprio nome para concorrer a uma das duas vagas ao Senado que estarão em jogo no ano que vem.

Equilibrando o tempo entre os negócios em Pedra Azul – onde tem uma pousada e um cerimonial –e as articulações políticas na Grande Vitória, Manato tem feito reuniões com lideranças e dirigentes partidários, para definir seu futuro político e também um possível novo abrigo.

Isso porque a situação entre Manato e o comando do PL no Espírito Santo – leia-se, com Magno Malta, que preside a legenda no Estado –, não está das melhores e é grande a possibilidade do ex-deputado deixar o partido.

“Estou filiado ainda ao PL. O projeto para 2026 é me viabilizar para o Senado. Se sentir que não tem espaço, tenho que procurar outro caminho. Não gostaria de sair (do PL), mas não tem tido diálogo com o comando no partido no Estado”, disse Manato à coluna De Olho no Poder.

As rusgas com o partido vieram após o pleito de 2022. “Ficou um passivo eleitoral que não foi bem resolvido”, disse Manato. O “passivo” tem a ver com dívidas da campanha para governador, que ultrapassavam a casa de R$ 1 milhão. E também com divergências com Magno Malta.

Até pouco tempo atrás, o presidente do PL apresentava o deputado Gilvan da Federal como o nome do partido para disputar o Senado. A cotação diminuiu um pouco após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter citado, numa entrevista, que daria apoio ao deputado federal Evair de Melo (PP) na disputa ao Senado. Mas nem de perto passou pela possibilidade de apoiar Manato.

Questionado se já teria levado a Bolsonaro sua intenção de disputar a majoritária no ano que vem, Manato disse que não, alegando que precisa primeiro resolver sua situação no PL estadual. “Não adianta ir lá sem acertar aqui, dá muito problema”, avaliou.

Convites

Animado com pesquisas eleitorais que o colocaram numa posição competitiva, Manato disse já ter recebido convite de outras legendas. O PRD seria uma das que teria aberto a porta para que ele dispute o Senado, mas até o dia 10 de março Manato tem marcadas outras seis reuniões, que prefere, por ora, deixar em sigilo.

“São reuniões com partidos, mas também com lideranças, prefeitos, vices e vereadores”, disse Manato, que também já sentou para conversar com os deputados federais Da Vitória (PP) e Evair de Melo (PP), além do presidente do Republicanos no Estado, Erick Musso.

Se não conseguir espaço para disputar o Senado, Manato disse que não “desce” para federal, para não atrapalhar a campanha da esposa, Soraya Manato (PP), que é pré-candidata à Câmara dos Deputados. “Vou coordenar a campanha da Soraya”, prometeu.

E o Palácio Anchieta?

Perguntado pela coluna se havia desistido de disputar o governo, após ter quebrado um ciclo sem segundo turno no Estado e ter deixado a eleição com 46,2% dos votos – uma diferença de 165.267 votos com relação a Casagrande –, Manato disse que não quer bater de frente com outros atores, que já se colocaram na disputa.

“Quando comecei a conversar em julho do ano passado, Da Vitória, Evair e Pazolini queriam o governo. Não queria chegar num grupo já com conflito de interesses”, disse Manato.

Dos três citados por Manato, o mais provável a disputar o Palácio Anchieta é o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que já tem feito incursões pelo interior do Estado para se tornar mais conhecido e viabilizar o próprio nome.

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Fabiana Tostes
Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.