O Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta condenou as fake news atribuídas a ele que circulam por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas.
O ministro falou sobre o caso em entrevista coletiva concedida no último domingo (23). Segundo Mandetta, a entrevista foi convocada justamente por causa dessas notícias falsas.
Mandetta foi bastante assertivo ao negar a autoria. “Não gravo áudio para ninguém, nem sei gravar”. O ministro ainda fez graça ao desmerecer a imitação da voz pela outra pessoa “Não achei parecida com minha voz, minha mãe também não achou”, contou.
Por fim, o ministro afirmou fez uma crítica ao caráter do propagador da fake news. “Isso é uma pessoa má. Isso é uma pessoa doente, ela não sabe quanto ela maltrata a pessoa na frente”, argumentou.
– Eu vim aqui só por causa daquele cara da fake news. Volto a repetir: não gravo áudio para ninguém, nem sei gravar. Não mando áudio para minha mulher, nem para ninguém. Nunca mandei. Minha voz é essa que tá aqui, compara lá com o áudio. Não achei parecida com minha voz, a minha mãe também não achou. E todo mundo me perguntou ‘o que você falou lá?’ e eu disse que eu não falei nada! Então eu tive que vir aqui, mesmo com torcicolo. (…) Não acredite em voz anônima dando uma notícia do fim do mundo. Isso é uma pessoa má. Isso é uma pessoa doente, ela não sabe quanto ela maltrata a pessoa na frente. Então, você que fez isso dizendo que era eu, vou colocar você nas minhas orações, para que você possa ter o perdão dos céus no dia que você lá chegar porque eu acho isso uma falta muito grave para com os seres humanos.
Cloroquina
Na entrevista, Mandetta também falou sobre o remédio que supostamente livraria pessoas infectadas pela covid-19. Luiz Henrique Mandetta disse que o Brasil tem capacidade para produzir e exportar cloroquina, um dos medicamentos que têm tido resultados promissores em testes para tratamento do novo coronavírus.
Para o ministro da Saúde, tanto a Fiocruz quanto o Laboratório do Exército têm condições de produzir a medicação – que serve para tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide.
Segundo ele, alguns pacientes com o novo coronavírus já vêm sendo tratados com essa medicação, mas ainda não é possível dizer se a cloroquina foi decisiva ou não para a melhora do estado. “Agora, quando uma pessoa entra em estado grave, fica quase impossível ao médico negar o medicamento e dizer que ainda são estudos”, afirmou o ministro.
Mandetta disse, porém, que o governo ainda não definiu o protocolo para a medicação – dosagem, intervalo entre a medicação e quem deve ou não ser tratado, se todos os contaminados ou apenas os internados. Mandetta alertou que esse medicamento tem efeitos colaterais que podem ser graves e danosos, “muito mais graves que uma gripe”, e que não faz sentido que pessoas adquiram a cloroquina para estocar em casa sem necessidade ou orientação médica.