Política

Ministro do STF afirma que escuta em seu gabinete é algo 'gravíssimo'

Luís Roberto Barroso disse estar "tranquilo" e garante que todas discussões da sala foram "republicanas". O aparelho encontrado era menor do que uma caixa de fósforo

Segurança do STF identificou quando a escuta foi implantada no gabinete de Barroso e se ela chegou a ser ativada  Foto: Carlos Humberto/STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), classificou como “gravíssimo” o fato de uma escuta telefônica ter sido localizada em seu gabinete.

— Do ponto de vista institucional, é gravíssimo, alguém ter a ousadia de colocar um grampo no gabinete de um ministro do Supremo. É uma desfaçatez absoluta.

Ele, no entanto, afirmou que está “tranquilo”, porque não há nada que seja discutido em sua sala que não seja “republicano”.

— Do ponto de vista pessoal, eu estou completamente tranquilo e confortável. Aqui recebo pessoas em audiência e converso com os meus assessores sobre os processos, então a gravidade é alguém saber por antecipação o que eventualmente eu estou pensando em fazer num processo. Mas, fora isso, aqui é um espaço totalmente republicano.

A equipe de segurança STF identificou o equipamento no dia 11 de abril quando fazia uma inspeção de rotina nos gabinetes da Corte. O aparelho, que estava desativado, era menor do que uma caixa de fósforo e foi encontrado em uma tomada embutida no chão logo abaixo da mesa do ministro.

Ainda não foi possível identificar quando a escuta foi implantada e se ela chegou a ser ativada em algum momento. Um procedimento interno foi aberto para investigar o caso.

Recentemente, Barroso assumiu a relatoria da ação que definiu o rito de impeachment da presidente da República afastada Dilma Rousseff.

O ministro ocupa o gabinete número 429, no quarto andar de um prédio dos anexos do STF, em Brasília, desde 2013, quando assumiu o cargo de ministro na Suprema Corte. Antes, a sala era usada por Joaquim Barbosa, então presidente do Supremo, que anunciou aposentadoria antecipada pouco tempo depois do julgamento do mensalão.