A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) está reunida de forma extraordinária para decidir sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) feita hoje (25) pela Polícia Federal e autorizada pelo ministro-relator da Operação Lava Jato no tribunal, Teori Zavaski.
Até o momento, os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello já votaram referendando a prisão de Delcídio.
Segundo o ministro Teori Zavaski, há áudios transcritos em poder das autoridades nos quais o senador oferece dinheiro para a família de Nestor Cerveró. O áudio foi gravado pelo filho de Cerveró. O pedido de prisão de Delcídio está baseado em obstrução das investigações.
Esta é a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A prisão de Delcídio é resultado de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, que também tem como alvo empresários. As ações foram autorizadas pelo Supremo. Não se trata de uma fase da Lava Jato tocada em Curitiba, na 1ª instância.
O senador foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde na terça-feira, 24, a PF prende o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Delcídio foi citado na delação do lobista Fernando Baiano, apontado pela Lava Jato como operador de propinas no esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Fernando Baiano disse que o senador teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, pela manhã, o ministro Teori Zavascki convocou uma reunião extraordinária da Turma do STF dedicada à Lava Jato. A reunião da Corte será reservada – algo raro.
De acordo com fonte no tribunal, a sessão foi marcada pelo presidente da Turma, ministro Dias Toffoli, a pedido de Teori, relator dos casos relativos ao esquema de corrupção na Petrobras.