Política

Moraes permite quebra de sigilo até em dados de aplicativos de investigados no ES

Apesar dos alvos da operação não precisarem cumprir as mesmas determinações, há pedidos até para que transnacionais encaminhem informações de contas de emails e nuvens

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Uma decisão proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que desencadeou operação da Polícia Federal, inclusive no Espírito Santo, prevê medidas duras e algumas até mesmo um tanto quanto inusitadas. Dentre elas, está a autorização para quebra de sigilo de dados de aplicativos dos investigados.

Apesar dos alvos da operação não precisarem cumprir as mesmas determinações, há pedidos até para que transnacionais como a Apple, Google e Microsoft encaminhem informações de contas de emails e dados em nuvens. Há também previsão de exibição de histórico de uso de aplicativos como Waze e Uber.

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Na decisão também há inclusão de informações contidas no celular e em redes sociais. Moraes também determinou o bloqueio de websites que possam estar envolvidos em difusão de fake news.

Estão na lista de restrições:

– Jackson Rangel Vieira, jornalista que teria vasto histórico de abusos no exercício da liberdade de imprensa, fazendo ataques a instituições e acusações sem provas;
– Capitão Assumção (PL), deputado estadual que promoveria “diuturnamente pronunciamentos virulentos e criminosos contra ministros do STF”;
– Carlos Von (DC), deputado estadual, pela mesma razão de seu par;
– Armandinho Fontoura (Podemos), vereador de Vitória, que, nas redes sociais, incita que sejam colocados limites em ministros do STF, que seriam “bandidos togados”;
– Gabriel Quintão Coimbra, advogado que atuaria escrevendo de forma “fantasma” no jornal Folha do ES, com anuência do jornalista Vieira;
– Maxicone Pitangui de Abreu, radialista que fez vários ataques ao Estado Democrático de Direito;
– Fabiano Oliveira, pastor que seria integrante de grupo que ataca o sistema eleitoral;
– Adilson Alves dos Santos;
– Matheus Silva Passos;
– Danildo de Oliveira;
– Rafael Souza da Silva; e
– M.S. Passos Comunicação

Entenda

A ação contra os parlamentares faz parte de uma megaoperação que cumpre mais de 100 mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas a atos antidemocráticos em todo o País, em especial os bloqueios de estradas promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Investigadores consideram que se trata da maior ofensiva já realizada contra os financiadores dos atos antidemocráticos.

A operação também cumpre outros quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo. Das buscas realizadas em todo o País, 23 são cumpridas no Estado, nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Os alvos são pessoas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública, informou a PF.