O vice-presidente Hamilton Mourão avalia que a Organização das Nações Unidas (ONU) “não teve papel relevante” no combate à pandemia do novo coronavírus. “Não houve uma única reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar desse assunto e se questiona fortemente desempenho da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, disse Mourão, em evento promovido pela TV BandNews. “Isso terá consequências no futuro próximo, entre elas essa desglobalização”, disse o vice-presidente.
O vice-presidente e coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal, também defendeu, durante a entrevista, um novo modelo de desenvolvimento para a região amazônica que seja baseado em pesquisa e inovação. Mourão tem sido cobrado por uma posição mais firme do governo federal no combate às queimadas e ao desmatamento.
Na última semana, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que iria suspender ações de combate a desmatamento e queimadas a partir desta segunda-feira (31). Mourão disse que o Brasil está comprometido com a sustentabilidade e a superação do modelo extrativista predatório na Amazônia. “Somos um País sustentável, temos todas as características disso, não somos predadores”, afirmou.
Segundo Mourão, a região enfrenta uma série de problemas, entre eles: os ilícitos ambientais, o baixo desenvolvimento socioeconômico, a regularização fundiária, a infraestrutura deficiente, entre outros. “Falta água no mundo, 20% da água doce do mundo está na Amazônia”, disse. “Nós vamos vender água. Temos de nos preparar para isso. Os empresários têm de começar a olhar isso”.
Investimentos
Hamilton Mourão afirmou, ainda, que a queda do juros levou à fuga do capital que estava “única e exclusivamente aqui no Brasil rendendo dinheiro”. Segundo o vice-presidente, o Brasil tem uma grande oportunidade de atrair investidores estrangeiros para ações de risco e investimentos “por meio de um ambiente de negócios estável e de segurança jurídica”.
Mourão defendeu também, durante o evento, reformas estruturais como a Reforma Tributária e Administrativa e o teto de gastos e gatilhos fiscais como forma de elevar a confiança no País. “Sem confiança não há avanço na economia”, afirmou o vice.
Mourão disse ser necessário também resgatar a vocação econômico-comercial do Mercosul. “Nesse contexto de acirramento das tensões de disputa entre grandes potências qual a visão do Brasil? O pragmatismo e a flexibilidade”, afirmou.