O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) pediu o afastamento do Prefeito de Marilândia, Geder Camata (sem partido), seu vice Jô Comério (Solidariedade), e de mais 5 pessoas. Eles são acusados de improbidade administrativa. O MP-ES alega que motoristas dos caminhões da Prefeitura de Marilândia que destinam resíduos sólidos até uma empresa contratada no Córrego Santa Fé, interior de Colatina, recebiam dinheiro para transportar areia ou brita no retorno a Marilândia, o que caracterizaria transporte particular.
O pedido foi feito no dia 5 de dezembro do ano passado, mas só foi divulgado nesta quarta-feira (29). O MP-ES afirma que o dinheiro para pagamento do transporte particular era recolhido na Secretaria de Obras e os motoristas compravam as cargas de areia e brita entregando no endereço da pessoa interessada, inclusive no interior do município, com desvio da rota do veículo público.
Consta nos autos que os motoristas teriam sido obrigados a comprar areia num areal pertencente a apoiadores da campanha do atual prefeito. Segundo o Promotor de Justiça Isaías Vinagre, o pedido foi negado pelo juiz mas ele irá recorrer .
Segundo assessores da Prefeitura de Marilândia , a prática de transportar materiais para os cidadãos do município vem sendo exercida há anos por várias administrações, mas que o prefeito Geder Camata interrompeu a prática já faz dois anos. Caso o processo siga na Justiça e Geder seja condenado, ele pode perder os direitos políticos num período de 5 a 8 anos, além de multa e ter que ressarcir o dano.
Outro lado
Por meio de nota, a assessoria da prefeitura informou que a ação impetrada pelo Ministério Público trata de transporte de brita e areia que eram adquiridas pelos produtores rurais e moradores de Marilândia e que a prefeitura apenas fazia o transporte desse material de forma gratuita para aqueles que haviam adquirido aproveitando que os caminhões basculantes voltavam de Colatina vazios. “Com a finalidade de apoiar o desenvolvimento do município, realizava esse transporte a todos que solicitavam”, diz a nota.
A prefeitura informou ainda que o juiz, ao analisar o processo, não acatou o pedido de afastamento do prefeito e de nenhum dos réus da ação e concedeu prazo a todos para apresentarem suas defesas. “A ação teve início por denúncia de pessoas que não querem o melhor para nosso município”, conclui a nota.