Política

'Não sei como isso chegou até o presidente', diz Juninho sobre polêmica com a Força Nacional

Bolsonaro ameaçou retirar Força Nacional de Cariacica após saber da existência de um número por meio do qual a população poderia denunciar os policiais

Foto: Reprodução

A polêmica sobre a retirada da Força Nacional de Segurança de Cariacica deu o que falar desde as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele criticou, entre as cidades que receberam o programa Em Frente, Brasil, a atuação do prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Junior (Cidadania), o Juninho, que teria implementado um disque-denúncia para receber relatos de possíveis abusos cometidos pelos policiais da Força Nacional.

O presidente ameaçou retirar a força de segurança do Estado após saber da existência desse canal de comunicação. No entanto, Juninho disse que, nesta sexta-feira (04), entrou em contato com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para explicar que houve um mal entendido a respeito da criação desse suposto disque-denúncia.

Segundo o prefeito de Cariacica, o que foi divulgado é que, se houvesse alguma reclamação, as pessoas poderiam usar o telefone da Ouvidoria do Município. O 162 existe há dois anos e, segundo Juninho, não foi criado só para receber denúncias contra a Força Nacional.

“O que existe aqui é a Ouvidoria, que o contribuinte, o cidadão, pode se manifestar de diversas formas. E aí nós disponibilizamos isso para o programa ‘Em Frente, Brasil’. Não sei como isso chegou até o presidente, dessa forma deturpada, e que causou essa confusão de informação. O tempo vai mostrar qual foi a motivação de quem fez isso”, disse Juninho.

Guilherme Pacífico, coordenador do “Em Frente, Brasil” no Espírito Santo, e também o prefeito, dizem que o mal entendido já está sendo resolvido e que não há risco de a Força Nacional ser retirada de Cariacica.

“Isso vai se resolver. Inclusive hoje já fizemos contato com a assessoria do ministro Sérgio Moro. Ele tomou conhecimento disso hoje através de nós. Nós lutamos tanto para que o programa viesse para a cidade. Houve anuência. Reformamos alojamento para que a Força Nacional estivesse aqui. Então como que agora vamos querer que a Força Nacional saia daqui?”, alega Juninho.

Atuação da Força Nacional

No dia 30 de agosto, a Força Nacional de Segurança começou a atuar em Cariacica, numa experiência do Ministério da Justiça em cinco cidades brasileiras. 

Pelos números da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), aconteceram 10 homicídios em Cariacica no mês de setembro. O número representa uma redução de 47% com relação a setembro de 2018, quando aconteceram 19 assassinatos. Entretanto, houve um aumento de 11% se comparado aos nove homicídios de agosto de 2019.

Além dos homicídios, outros crimes preocupam. Os números não são oficiais, mas um levantamento somente do que virou notícia na Rede Vitória, em setembro, mostrou que houve 12 assaltos ou arrombamentos em Cariacica. Foram 10 tentativas de homicídio, três tiroteios, duas apreensões de armas ou drogas e um sequestro. Entretanto, a Sesp diz que todos os crimes estão caindo no município.

“Tivemos uma diminuição sensível. Despencaram os índices de crimes patrimoniais, roubo a pessoa, roubo de celulares, de veículos, ou seja, o trabalho está aparecendo. Nós nos destacamos nacionalmente entre as cinco cidades (que fazem parte do programa), a que mais apreende arma de fogo e a que mais faz prisões”, afirmou o subsecretário de Estado de Integração Institucional da Sesp, Guilherme Pacífico.

*Com informações do repórter Laércio Campos, da TV Vitória/Record TV