A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) completa 65 anos no próximo domingo (5). Apesar de as comemorações já terem começado, o presente de aniversário não foi, exatamente, o que alunos, diretores e reitoria esperavam. As comemorações acontecem na mesma semana em que o presidente Jair Bolsonaro anunciou um corte de 30% nas verbas destinadas às universidades de todo o país.
De acordo com o reitor da universidade e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Reinaldo Centoducatte, a medida é inviável. Em coletiva, realizada na tarde desta quinta-feira (2), ele ressaltou que o corte de parte da verba pode acarretar em prejuízos para toda a população capixaba.
“Temos uma reunião no dia 16 com o ministro da educação. Não dá para essas coisas virem de uma forma sem negociação. A notícia veio pela imprensa para a gente. Ninguém vai se sustentar com um corte de 30%. O hospital universitário, por exemplo, é um dos maiores hospitais públicos deste estado. Sem ele, nenhum governo poderia dar conta de atender a população”, ressaltou.
O reitor também rebateu diversas críticas recebidas pela universidade. Uma delas, na questão da conservação do campus de Goiabeiras, o maior da universidade no Espírito Santo. Segundo ele, foi preciso dar prioridade a outros setores mais importantes para o funcionamento. “Muitos criticaram a questão do mato alto. O que tivemos que fazer foi que, ao invés de aparar, fizemos o possível para manter tudo funcionando. Gastávamos cerca de R$ 2,7 milhões para jardinagem. Tiramos R$ 2 milhões e mandamos para outro setor. Fizemos parceria com a Sejus para que os detentos em regime semiaberto viessem trabalhar na jardinagem, até por uma questão de ressocialização”, explicou.
Outras medidas também foram necessárias para reduzir os gastos da universidade. Entre elas, está a parceria realizada com o Governo do Estado, para que militares da reserva passassem a trabalhar na segurança. Também estão sendo implantados equipamentos para energia solar que, segundo o reitor, pode diminuir os gastos com energia elétrica em torno de 60%. A universidade também trabalha em projetos que pretendem extinguir o uso de papel, fazendo com que todos os documentos sejam digitalizados.