Na manhã desta sexta-feira (21), a primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, e Damares Alves (Republicanos), ex-ministra e, agora, senadora eleita pelo Distrito Federal, estiveram no Espírito Santo para participar do evento “Mulheres com Bolsonaro”, uma espécie de caravana que tem rodado algumas cidades do País, com o intuito de apresentar Michelle como porta-voz da discreta vertente feminina do governo de Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.
O encontro de Michelle com as mulheres capixabas aconteceu em uma área de eventos anexa ao aeroporto de Vitória, que ficou parcialmente lotada.
Tanto no culto que antecedeu os discursos de Damares e da primeira-dama quanto nas falas que vieram em seguida, a temática foi uma só: a de que a disputa pela Presidência entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se trata de uma guerra espiritual, que envolve a luta do bem contra o mal.
Primeira a discursar, Damares inflamou a plateia majoritariamente bolsonarista, que acordou cedo e que nem a chuva impediu de comparecer ao evento. Chamando Lula de “ex-presidiário”, a ex-ministra direcionou ataques à esquerda, fez críticas à imprensa e ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE), sem citar a Corte diretamente.
“Estamos andando pelo Brasil para desmontar essa guerra de narrativas que o partido das trevas criou de que as mulheres não respeitam e não admiram o presidente Bolsonaro. Nós estamos fazendo isso, estamos indo para as ruas; estamos mandando um recado para o ex-presidiário, que as mentiras não vão prevalecer, que Bolsonaro será reeleito presidente da República”, afirmou Damares nos primeiros minutos de seu discurso.
Sob aplausos e gritos de aprovação, a ex-ministra prosseguiu com as investidas contra a esquerda que, segundo ela, está com “sangue nos olhos” para voltar ao poder.
“Querem voltar para a cena do crime, para continuarem com os desmandos. E, agora, estão querendo vir com sangue no olho, censurar a imprensa, censurar a internet, calar a Igreja, calar pastores. Deixa eu mandar um recado para o ‘ex-presidiário’: ‘Eu não pertenço a nenhuma facção, eu pertenço ao povo da cruz. Respeite a comunidade evangélica, respeite a comunidade católica. Nós somos uma nação cristã”, disse.
Menos incisiva que Damares, Michelle, responsável por fechar os discursos no evento, falou de maneira breve, mas também se apropriou da narrativa de que a disputa eleitoral visando à Presidência da República se trata da luta do bem contra o mal, além de ser uma guerra cujo combate acontece no campo espiritual.
“Agradecer por este momento lindo de estarmos aqui reunidos, para falar um pouquinho do que nós estamos fazendo, deste governo que tem lutado pela família, pela pátria, pela nossa liberdade expressão e nossa liberdade religiosa, que está sendo, sim, comprometida pelo comunismo. E nós estamos vendo tudo que está acontecendo; está muito fácil escolher um lado, não vê quem não quer ver, só não enxerga que está cego espiritualmente (…) Nosso propósito de alertar àqueles que ainda não estão entendendo a guerra espiritual que nós estamos passando no Brasil”, frisou a primeira-dama.
Michele ainda disse que o Brasil é a última barreira para o comunismo. “Se Deus não tiver misericórdia na nossa nação, se o povo não acordar, nós não teremos para onde ir, porque o Brasil é a última barreira para o comunismo”, pontuou Michelle, que pediu para que pessoas que estavam no evento saíssem de lá como multiplicadoras de voto.
Sem citar projetos de governo de Bolsonaro para um possível segundo mandato, além de também não se aprofundar nas políticas implantadas por ele durante os anos em que está à frente do Palácio do Planalto, Michelle pediu para que o eleitorado não o olhasse apenas como candidato, mas como um ser humano passível de erros.
“O Bolsonaro é um homem imperfeito, porque, perfeito, só Cristo, e mesmo assim, Cristo não agradou a todos. Peço para que não olhem pelo candidato, peço que olhem pelas pautas que ele defende, pela ideologia do bem contra o mal, para que a gente possa dissipar esse partido das trevas, de uma vez só, da nossa nação”, ressaltou.
Agradecimento e pedido de voto para Manato
Esvaziado de nomes políticos de peso e de demais autoridades capixabas, o evento que promoveu o encontro de Michelle com as mulheres do Estado contou com presença do candidato ao governo do Espírito Santo no segundo turno das eleições deste ano, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que é do partido de Bolsonaro; de Magno Malta (PL), senador recém-eleito; e dos ex-candidatos ao Palácio Anchieta Aridelmo Teixeira (Novo) e Guerino Zanon (PSD), que agora fazem parte da estrutura de campanha de Manato.
O ato final de Michelle em solo capixaba envolveu um abraço e o pedido de votos para o ex-deputado. “Ele (Manato) vai ser o governador do Espírito Santo”, sentenciou a primeira-dama antes de deixar o palco.