O assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira foram abordados durante uma palestra do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, na Universidade de Vila Velha.
O vice-presidente falava sobre a implementação de projetos de proteção da Região Amazônica, como o Sivam e a Calha Norte, quando usou a morte dos dois ativistas ambientais para exemplificar a dificuldade de manter a segurança no local.
Dom e Bruno foram considerados desaparecido por dez dias até os restos mortais serem localizados pela Polícia Federal no Vale do Javari, na Amazônia, na última semana.
Os restos mortais precisaram passar por análises biológicas para que fosse possível confirmar a identidade de Dom e Bruno. Os resultados dos laudos médicos foram divulgados no último sábado (18).
Mourão, que também é coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL ), disse durante o evento que além dos sistemas de alerta é preciso ter efetivo para conseguir atender as demandas da região.
Segundo o vice-presidente, atualmente cerca de 25 mil homens das Forças Armadas atuam na Região Amazônica.
“O Sivam foi implementado a partir dos anos de 1990 e hoje tem a sede em Brasília, onde se faz o trabalho de análise de imagem, mas precisaria de mais efetivo, por isso menciono a criação de uma Agência Nacional de Reconhecimento e Observação, que seria muito importante”, argumentou o vice-presidente.
O Sivam tem sedes em Porto Velho (RO), em Manaus (AM) e em Belém (PA). “Ele trabalha em um sistema de alerta antecipado para ilegalidades que ocorra na Amazônia, mas não adianta ter sistema de alerta se não temos equipes para, imediatamente, ir aos locais onde estão ocorrendo ao problema”, disse.
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Mourão lembrou que é preciso, além de reforçar as tropas, oferecer ferramentas como helicópteros e embarcações devido a dificuldade de locomoção na região.
“Do Vale do Javari até Manaus são 1.100 km em linha reta. Ou seja, um helicóptero que saia de Manaus e se descoloque para lá vai ter que fazer umas três pernas de viagem para conseguir chegar e ter condições de cumprir o que foi fazer. Precisamos que as bases colocadas nos terrenos tenha helicóptero, tenha barcos, força para que dê proteção aos agentes, o que não aconteceu com Bruno e o jornalista. Eles entraram em um local onde havia gente má intencionada, sem a devida proteção”, frisou.
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