Política

Acampamento de bolsonaristas golpistas na Prainha é desmontado

A atitude de desmantelar o cenário aconteceu um dia depois dos atos terroristas provocados nas sedes dos Três Poderes, em Brasília

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / TV Vitória

Os manifestantes golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que mantinham um acampamento com faixas, barracas e banheiros químicos nas intermediações do 38º Batalhão da Infantaria, na Prainha, em Vila Velha, começaram a desmontar as tendas nesta segunda-feira (9).

A atitude de desmontar o cenário aconteceu um dia depois dos atos terroristas provocados nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, e atende à ordem de dissolução total, em no máximo 24h, dos acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em todo o País, emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Moraes também determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo, pelo prazo de 90 dias.

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Seguindo a ordem do ministro, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) ordenou, em documento assinado nesta segunda-feira (9), a retirada de todos os itens que caracterizam o acampamento destes manifestantes radicais bolsonaristas na Prainha, em Vila Velha.

Além disso, o MP requisitou diligências para a identificação de quem esteve presente no local ao longo dos últimos dias, inclusive por meio de placas de veículos que no local constam.

TV Vitória acompanhou saída de ocupantes da Prainha

A reportagem da TV Vitória esteve na Prainha a partir das 11h desta segunda-feira (09) e apurou que alguns integrantes do Exército conversaram com ocupantes das tendas. 

Depois disso, a desmontagem das barracas começou a acontecer, primeiro com as  menores. Segundo a repórter Ana Carolini Mota, que esteve no local, caminhonetes foram chegando e as pessoas passaram a colocar os objetos que estiveram ocupando o espaço. 

Também segundo a TV Vitória, houve participação da Polícia Militar no local, fazendo reforço de segurança. A desmontagem em si aconteceu desde às 12h desta segunda (09).

MPES pediu fim de acampamento e identificação de participantes

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) ordenou, em documento assinado nesta segunda-feira (09), a retirada de todos os itens que caracterizam o acampamento de manifestantes radicais bolsonaristas na Prainha, em Vila Velha.

Além disso, o MP requisitou diligências para a identificação de quem esteve presente no local ao longo dos últimos dias, inclusive por meio de placas de veículos que no local constam.

Entre os itens descritos a serem retirados, estão faixas, barracas e banheiros químicos nas intermediações do 38º Batalhão da Infantaria. 

O pedido é de que sejam imediatamente apreendidos e acautelados em locais adequados a serem definidos pela Secretaria de Segurança Pública para permanecerem à disposição da Corte Suprema (o Supremo Tribunal Federal).

O documento também cita que, por conta das recentes notícias de prejuízos públicos e práticas criminosas cometidas por grupos antidemocráticos somadas ao atual estágio do desenvolvimento e organização destes grupos neste Estado da Federação, há requisição de que as forças de segurança estaduais e municipais impeçam novos reagrupamentos no local, com o uso proporcional e progressivo da força, caso se torne necessário.

Por fim, o MPES pediu a notificação das autoridades estaduais e das corporações de segurança, bem como do prefeito de Vila Velha, para que tomem conhecimento imediato da decisão e tomem providências.

Alexandre Moraes determina 'dissolução total' de acampamentos em 24h

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes determinou a "dissolução total", em no máximo 24 horas, dos acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em todo o País. Ele também determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo pelo prazo de 90 dias.

A decisão de Moraes ocorreu depois dos ataques de extremistas às sedes dos três Poderes em Brasília, sem que houvesse uma imediata repressão das forças de segurança pública do Distrito Federal.

Ao contrário, o ministro registra na decisão cenas de conivência. Moraes afirma que "diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador".

Relembre episódio em Brasília neste domingo (08)

Manifestantes radicais, que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022, furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal na tarde deste domingo (8) e deram início a uma grande invasão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciaram o ato no Congresso Nacional, também se dirigiram ao Palácio do Planalto e à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF), com o discurso de fazer uma intervenção em todos os Poderes.

Os invasores, além de pedirem a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a intervenção das Forças Armadas, também querem a volta de Bolsonaro ao poder, mesmo sem respaldo na Constituição. 

No momento da invasão, manifestantes derrubaram as grades do local de acesso ao prédio do Congresso Nacional. A polícia soltou gás de pimenta, mas, mesmo assim, pessoas que estavam na manifestação furaram o bloqueio de segurança.

Os invasores reagiram às bombas de efeito moral usadas pelas forças policiais e conseguiram afastar as tropas. Depois de invadirem o Congresso, os manifestantes se dirigiram à rampa do Palácio do Planalto.

Do lado de fora do Congresso, os apoiadores de Bolsonaro aplaudiram a chegada da Polícia Militar. Transmissões ao vivo, em redes sociais como Instagram e Tik Tok, mostram os manifestantes chamando policiais de patriotas, além de alguns agentes tirando selfies com os apoiadores do ex-presidente.

Decretada intervenção federal no DF

O presidente Lula (PT), afirmou, em rede nacional, que assinou decreto neste domingo (08) promovendo intervenção federal no Distrito Federal, diante das violentas ameaças à democracia. O decreto já entrou em vigor na data da publicação. 

Como interventor, Luiz Inácio nomeou Ricardo Garcia Cappelli. A medida será válida até o próximo dia 31 de janeiro de 2023. Confira documento na íntegra:

Decreto autoriza intervenção no Distrito Federal

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