Política

Após invasão e vandalismo nos Três Poderes, Lula decreta intervenção federal no DF

O presidente falou ao vivo neste domingo (08) sobre a invasão de grupos radicais nos Três Poderes de Brasília. Veja

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal no Distrito Federal, em Brasília, após invasão de grupos extremistas nos Três Poderes neste domingo (08). 

Leia parte do anúncio:

“Pessoas que chamamos de fascistas, tudo que é abominável da política. Invadiram os Três Poderes como verdadeiros vândalos, destruindo o que encontraram pela frente. Todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Vão perceber que a democracia garante o direto de liberdade, livre comunicação, expressão. Mas exige respeito às instituições que fortalecem a democracia. Poderíamos chamá-los de nazistas e fascistas fanáticos. Fizeram o que nunca foi feito na história desse país. A esquerda brasileira já teve gente torturada, morta, desaparecida e nunca vocês leram uma notícia de algum partido ou movimento de esquerda que invadiu o Congresso Nacional, Suprema Corte… Não existem precedências. Terão que ser punidos. Vamos descobrir quem são os financiadores deles. Vão pagar com a força da lei. Uma irresponsabilidade, gesto antidemocrático. Vou ler para vocês o decreto que assinarei agora. ‘Intervenção Federal no DF com objetivo de contermos a ordem pública”

Lula falou ao vivo sobre os manifestantes radicais, que não aceitam derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas em 2022, e furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal na tarde deste domingo (8) e deram início a uma grande invasão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Como interventor, Luiz Inácio nomeou Ricardo Garcia Cappelli. A medida será válida até o próximo dia 31 de janeiro de 2023. Confira documento na íntegra:

Entenda como funciona

O decreto de intervenção federal assinado pelo presidente Lula é uma medida de caráter excepcional e temporário, prevista na Constituição Federal, que afasta a autonomia do Governo do Distrito Federal.

O ato será restrito à Segurança Pública do DF e vai durar até 31 de janeiro. O interventor federal será Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Horas após o início das manifestações, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha, governador distrital.

A previsão de intervenção federal está detalhada no artigo 34 da Constituição Federal de 1988. Segundo o texto, o governo federal pode intervir nas competências de um ente da Federação, isto é, de um estado ou do Distrito Federal, em situações específicas, como em casos em que é necessário garantir a ordem pública e o funcionamento normal da sociedade.

Também é possível decretar uma intervenção federal nos seguintes casos: 

para manter a integridade nacional; 
para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
para reorganizar as finanças da unidade da Federação; 
para garantir a execução de lei federal; 
e para assegurar a observância de princípios constitucionais sensíveis.

A Constituição também prevê que cabe ao Congresso Nacional, após o decreto de intervenção e a nomeação de um interventor, analisar o caso em um prazo de 24 horas.

Uma intervenção federal foi decretada em 2018, no Rio de Janeiro, pelo então presidente Michel Temer (MDB), sob a justificativa de uma escalada de violência no estado, aliada à situação de calamidade financeira. Na época, o interventor federal foi o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL).

Intervenção no DF

Ao anunciar o decreto de intervenção militar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o objetivo do ato é “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública” no Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos.

Em pronunciamento, Lula afirmou que houve “falta de segurança” e que as pessoas autoras dos crimes serão “encontradas” e “punidas”.

* Com informações do R7

Os atos de vandalismo

Manifestantes radicais, que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022, furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal na tarde deste domingo (8) e deram início a uma grande invasão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciaram o ato no Congresso Nacional, também se dirigiram ao Palácio do Planalto e à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF), com o discurso de fazer uma intervenção em todos os Poderes.

Os invasores, além de pedirem a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a intervenção das Forças Armadas, também querem a volta de Bolsonaro ao poder, mesmo sem respaldo na Constituição. 

Laís Magesky, editora de distribuição de redes sociais
Laís Magesky

Editora de Distribuição de Conteúdo

Formada em Jornalismo pela Faesa, atua como editora de distribuição de conteúdo e é responsável pelas redes sociais do Folha Vitória, conectando informação de qualidade ao público por meio das plataformas digitais.

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