Pazolini acusa governo do ES de suposta fraude em licitação. Estado cobra provas
Sem citar diretamente nomes, lugares e datas, o prefeito descreve que participou de uma reunião no Palácio Anchieta
Durante a cerimônia de entrega da nova escola municipal de ensino fundamental, a Emef Padre Guido Ceotto, no bairro Jardim Camburi, e assinatura da ordem de serviço para a reforma da Praça Sagrada Família e ruas do entorno no bairro, neste sábado (14), o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), acusou o Governo do Estado de suposta fraude em licitação.
Sem citar diretamente nomes, lugares e datas, o prefeito descreveu que participou de uma reunião no Palácio Anchieta.
"Em determinado momento do ano passado, eu fui convidado a comparecer numa reunião em um palácio, no Centro da cidade, que leva o nome de uma autoridade cristã, católica, que eu não preciso citar e os senhores sabem de quem estou falando", disse no início da cerimônia.
"E nessa reunião me falaram o seguinte: 'Prefeito, nós queremos levar investimento para Vitória'. E eu disse assim: 'Ótimo!'. Prefeito, queremos levar obras para Vitória. E eu disse: 'Que bom! Nós estamos ansiosos para isso!'. Prefeito Pazolini, nós vamos investir 'x' na cidade de Vitória porque é a capital do nosso Estado. Eu disse: 'Obrigado, autoridade X'! Só que no final tinha um porém e, agora, eu vou contar pra vocês porque eu tenho esse dever e vou começar a fazer essa reflexão porque é meu compromisso com a cidade de Vitória: a licitação tinha ganhador!", acrescentou.
"Essa reunião se encerrou no momento em que eu bati na mesa e levantei.", afirmou.
O prefeito disse que tem mais confidências e que teria provas. Ele diz que não quer que o Estado volte ao período anterior a 2003, quando havia denúncias de corrupção envolvendo os três poderes. Ele repete que deixou a reunião.
A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com a assessoria do prefeito Lorenzo Pazolini e perguntou a que obra o prefeito estava se referindo, quando a reunião aconteceu, quais são as provas de fraude na licitação e qual é a empresa apontada como vencedora desta licitação. A assessoria de imprensa ainda não respondeu aos questionamentos.
O prefeito também foi procurado, mas não atendeu. Assim que houver um posicionamento, a reportagem será atualizada.
As acusação feitas pelo prefeito foram gravadas por uma pessoa que participava da cerimônia.
Estado cobra provas
A Procuradoria-Geral do Estado do Espírito Santo (PGE/ES) ingressou com uma representação no Ministério Público Estadual (MPES) argumentando que o prefeito Pazolini deve "apresentar provas do ocorrido, e não o fazendo, deve ser responsabilizado civil e penalmente pela possível pratica de crimes contra a honra."