Sedu vai acionar MPES por suposta ameaça de vereador de Vitória a professora
Na sexta-feira (18), vereador foi até uma escola estadual para questionar professora sobre um exercício passado para os alunos com a temática LGBTQIA+; a educadora registrou boletim de ocorrência contra o vereador ´
A Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu) disse que vai acionar o Ministério Público do Estado (MPES) depois de supostas ameaças do vereador de Vitória Gilvan da Federal (Patriota) contra uma professora de inglês da Capital.
Na última sexta-feira (18), o vereador foi até a Escola Estadual de Ensino Médio Professor Renato Pacheco, em Jardim Camburi, para questionar a professora Rafaella Machado sobre um exercício passado para os alunos com a temática LGBTQIA+.
O parlamentar foi acionado pela mãe de uma aluna, que não teria concordado com a atividade.
Em resposta à mãe, Gilvan disse por meio de um áudio que iria representar contra a professora no Ministério Público, afirmando ainda que, nesta segunda-feira (21), retornaria à escola.
"Eu vou aguardar ela sair e nós vamos bater boca (...). Eu quero deixar ela acuada", disse o vereador.
O vereador ainda diz, no áudio, que quer conversar com os pais dos estudantes. "Pede para sua filha fazer contato com os amiguinhos dela dizendo que o vereador Gilvan quer fazer contato com os pais dizendo para não entregarem (a atividade), se os pais concordarem".
A professora registrou um boletim de ocorrência contra Gilvan por ameaça e intimidação.
Reações
O episódio tem repercutido no meio político, com diversas manifestações em repúdio a atitude do vereador.
A deputada estadual Iriny Lopes (PT) disse que não há mais espaço para intolerância nas instituições públicas.
"A política corroída pelo ódio já fez vítimas demais e não podemos continuar calados diante de um novo ataque contra as liberdades adquiridas e os direitos da pessoa humana".
A vereador Karla Coser (PT) disse que a professora foi atacada apenas por ensinar. "Precisamos garantir a liberdade de ensino dos nossos professores. Precisamos permitir que os alunos possam formar seu pensamento crítico. Não podemos aceitar essa perseguição com base em preconceito, homofobia e falsas narrativas".
O deputado estadual Sergio Majeski (PSB) afirmou que trabalhou por mais de 30 anos em sala de aula, e jamais houve um episódio tão insano e constrangedor.
"Reitero nosso apoio e respeito à profissional vítima dos ataques inaceitáveis e aguardamos as devidas apurações dos crimes de invasão, preconceito e ofensa registrados no episódio".
Secretário de Educação
O secretário de Educação, Vitor de Angelo, manifestou solidariedade à professora pelas redes sociais. "Repudiamos qualquer atitude dessa natureza".
OUTRO LADO
O que diz o vereador Gilvan da Federal (Patriota):
“Sim, há murmúrios de um movimento de militantes esquerdistas que defendem drogas, aborto e ideologia de gênero, orquestrados por alguns indivíduos recalcados e frustrados politicamente que buscam se promover sob argumentos deturpados e discursos desequilibrados contra a minha honra , independentemente de difamações, notas de repúdio e ataques a minha pessoa, continuarei firme na defesa da Lei, da Ordem e dos valores da família e da pátria."