Vereador de Guarapari é detido durante blitz da Polícia Militar
Ele chegou a ser liberado mediante a presença de outro condutor, mas fez gestos obscenos para os militares. A defesa alega que houve abuso de autoridade
O vereador de Guarapari Léo Dantas (Patriota), 22 anos, foi detido, na noite desta sexta-feira (17), ao ser parado em uma blitz da Polícia Militar, na Av. Beira Mar, no bairro Praia do Morro. Ele chegou a ser liberado mediante a presença de outro condutor, mas fez gestos obscenos para os militares.
De acordo com a Polícia Militar, durante a operação, uma guarnição realizou a abordagem de um veículo, sendo que ao pedir a identificação do condutor ele desembarcou imediatamente e informou ser vereador do município e tentou intimidar a equipe.
Neste momento, os policiais perceberam odor etílico. Então, perguntado se havia ingerido bebida alcoólica, o homem pegou o celular, afastou-se do veículo e ignorou a guarnição, se recusando a fazer o teste do bafômetro.
Diante dos fatos, foi lavrado um auto de infração referente a recusa em se submeter ao exame de alcoolemia e informado de que ele precisaria apresentar um condutor habilitado para liberação do veículo.
Após feito todos os procedimentos e liberado, o homem seguiu no banco de trás do carro, mas, ao cruzar com outra guarnição, fez gesto obsceno pela janela para os militares, que acompanharam novamente o veículo dando nova ordem de parada, tendo o veículo parado somente em um posto de combustível.
Abordado novamente, o homem foi informado que deveria acompanhar a guarnição até uma delegacia, onde assinaria um termo circunstanciado devido ao desacato e seria liberado. No entanto, ele se recusou dizendo que era autoridade e que os policiais não teriam poder para isso.
Novamente o vereador pegou o celular e, ao telefone, ignorou os policiais. Solicitado que obedecesse à ordem, o homem entrou em luta corporal com um PM, momento em que o condutor que estava no veículo dele tentou intervir e também entrou em luta com os militares.
Em seguida, chegou no local o pai do vereador, que também tentou intimidar a equipe dizendo que não poderiam conduzir seu filho, que ele faria com que todos fossem transferidos do batalhão. Após muita resistência, as partes foram encaminhadas à Delegacia Regional de Guarapari.
A Polícia Civil informou que o vereador, de 22 anos, e o homem, de 30 anos, que estava no carro com o vereador, conduzidos à Delegacia Regional de Guarapari, assinaram um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) por desacato, e foram liberados após assumirem o compromisso de comparecer em juízo.
Por meio de nota, a defesa do vereador informou que o fato trata-se de abuso de autoridade.
Veja a nota na íntegra:
Trata-se de verdadeiro abuso de autoridade por parte do Sargento Julyeverson Barcelos Vieira, lotado no 10º Batalhão de Guarapari, onde através de provas (vídeo) o referido Sargento arrancou o celular a força da mão do parlamentar e quebrou aparelho, além de causar lesões corporais e spray de pimenta, configurando tortura. Fato este comprovado por video.
O presidente do partido (patriota), deputado Rafael Favatto, disse que não tem nenhuma declaração sobre o ocorrido, já que é um caso particular e que não aconteceu dentro do exercício da profissão.