O deputado estadual Marcelo Santos (PDT), que preside a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) denunciou, na quarta-feira (3), possíveis irregularidades na construção do Terminal de Itaparica, em Vila Velha, interditado há um ano.
Segundo a fala do deputado na tribuna, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) descumpriu o projeto executivo da obra, em 2004, quando o terminal estava em fase de planejamento.
O deputado alega que o descumprimento do projeto estrutural foi constatado em agosto de 2018, um mês após a interdição do terminal, durante uma visita técnica realizada em conjunto pela Ales, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) e a Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc-ES).
Na ocasião, os órgãos identificaram que o projeto executivo, ou seja, o conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para a realização do empreendimento não foi seguido pela construtora, o que teria causado erros estruturais na obra. De acordo com o deputado, os órgãos também constataram falta de manutenção preventiva no terminal.
Por meio de nota, a Ceturb informou que fará as apurações necessárias ao caso e considerará a adoção das medidas cabíveis.
Terminal de Itaparica
O terminal foi inaugurado em abril de 2009, com intuito de desafogar o trafego de passageiros do Terminal de Vila Velha, bem como melhorar o trânsito no município. Gerenciada pelo Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), a obra do Terminal de Itaparica recebeu um investimento estimado em R$ 12,4 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento do Espírito Santo (BNDES).
De acordo com a Ceturb, aproximadamente 31 linhas de ônibus operavam no terminal, com uma circulação aproximada de 45 mil passageiros.
O terminal foi interditado em julho de 2018, para a regularização de problemas na execução do projeto original. Os estudos sobre problemas na estrutura do Terminal de Itaparica começaram em 2015, após a retirada de marquises que apresentavam riscos de queda. Em 2013, a primeira parte delas havia despencado, durante as fortes chuvas registradas na época.