Os senadores do Espírito Santo Fabiano Contarato (Rede), Marcos do Val (Podemos) e Rose de Freitas (MDB) irão sabatinar Andre Mendonça, indicado do presidente para ocupar a vaga do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os três parlamentares capixabas fazem parte de um grupo de 27 senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Eles serão responsáveis por perguntar sobre o currículo do indicado e como ele pretende atuar caso seja confirmado ministro do Supremo.
Após passar pela Comissão, a votação segue para o Plenário do Senado, onde Mendonça precisará do voto favorável de pelo menos 41 dos 81 senadores. Desde a Constituição de 1988, nenhum nome indicado pela Presidência da República chegou a ser reprovado pelo Senado.
RESISTÊNCIA
Até o momento, Do Val foi o único que se manifestou favorável à indicação de Mendonça. Ele desejou sucesso ao advogado-geral da União quando Bolsonaro ainda nem havia oficializado a indicação.
Aliado de Bolsonaro, Do Val não deve oferecer resistência à indicação. Diferente de Fabiano Contarato, senador de oposição que tem sido crítico à gestão do presidente. A assessoria de Contarato informou que o senador ainda não vai se manifestar sobre a indicação. Já Rose de Freitas não retornou ao contato da reportagem.
A falta de consenso entre os capixabas é um reflexo do que se passa entre os demais senadores. O nome de André Mendonça está longe de ser unanimidade, e o advogado agora se esforça para dialogar com os parlamentares e criar um ambiente favorável para ter o nome aprovado.
Polêmicas
Ao ocupar o cargo de ministro da Justiça, Mendonça causou polêmica ao acionar a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República diversas vezes para investigar críticos de Jair Bolsonaro com base na Lei de Segurança Nacional.
Outra polêmica ocorreu quando ele entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão de um decreto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), proibindo a realização de atividades religiosas por causa da pandemia.
A escolha de Mendonça é um aceno à base evangélica. Desde 2019, o presidente prometia indicar um nome “terrivelmente evangélico” para o Supremo.
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