Secretário de Vitória pede exoneração horas após ser denunciado por LGBTfobia
A ativista das causas LGBTQIA+ Deborah Sabará havia registrado Boletim de Ocorrência contra Luciano Picoli Gagno, gestor da pasta da Cultura no município
O secretário de Cultura de Vitória, Luciano Picoli Gagno Pediu exoneração do cargo na noite desta terça-feira (08). Luciano decidiu se desligar da pasta poucas horas após a ativista Deborah Sabará ter usado suas redes sociais para registrar o exato momento em que fazia um Boletim de Ocorrência (B.O), em uma delegacia da Capital, contra Gagno, e a reportagem do Folha Vitória ter noticiado o ocorrido.
A prefeitura confirmou a exoneração do servidor por meio de uma nota enviada à reportagem. E, no pedido de desligamento, o secretário teria deixado a seguinte mensagem:
"Manifesto categoricamente meu irrestrito respeito por toda a população LGBTQIA+ e afirmo que, em momento algum houve qualquer declaração ou conduta de minha parte que pudesse levar a outra interpretação. Com o objetivo de possibilitar a isenção na apuração dos fatos alegados, solicitei meu desligamento do cargo."
Ao saber do pedido de exoneração do secretário, a ativista disse que a sensação era de alívio, uma vez que, segundo ela, a atitude de Gagno feriu e desrespeitou toda a comunidade LGBTQIA+ de Vitória e também do Estado.
"Eu me sinto aliviada. O que ele fez foi uma agressão, um ataque contra todas as pessoas que se reconhecem LGBTQIA+ em Vitória e no Espírito Santo. Se negar a atender as necessidades dessa comunidade sob o argumento de que a atual administração da cidade não apoia esse tipo de bandeira? Pelo amor de Deus! Isso é um absurdo", frisou
FALA PRECONCEITUOSA DURANTE REUNIÃO
Deborah atua nas causas LGBTQIA+ no Estado. Ela conta em um post feito em seu Instagram, que durante uma reunião realizada nesta sexta-feira, atendendo a uma solicitação da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), em que foi cobrada uma resposta da secretaria sobre possível apoio à Gold, ONG administrada pela ativista e responsável por organizar o "XI Manifesto do Orgulho LGBTQIA+", o secretário e o subsecretário da pasta teriam sido preconceituosos em suas falas.
"O secretário Luciano e o subsecretário Thiago responderam que a gestão não pode se comprometer com este tipo de bandeira, que a gestão será cobrada por vereadores, caso apoie este evento de bandeira LGBTIQA+, e que a gestão não vai disponibilizar recursos públicos para eventos com essa temática", escreveu Deborah.
Ela prossegue afirmando que a advogada que estava representando a OAB-ES na reunião teria feito inúmeros questionamentos aos secretários, e que, de acordo com a forma como tudo foi respondido pelos dois servidores, estava categorizado o crime de LGBTfobia, o que a levou a registrar o B.O.