O senador capixaba Marcos do Val (Podemos), afirmou que foi mal interpretado ao comentar, durante uma entrevista ao Estadão, feita por telefone, sobre a liberação de emendas parlamentares do chamado “orçamento secreto”.
Em nota, do Val explicou que não houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que envolvesse recursos orçamentários.
“Fiz referência a existência de critérios no Senado para indicações transparentes de recursos por Senadores, inclusive elogiando a postura do presidente Pacheco nesse sentido”, afirmou do Val.
Sobre as indicações de emendas orçamentárias feitas desde que assumiu o mandato, o senador esclareceu que trata-se de uma “prerrogativa parlamentar, totalmente licita, transparente”. Segundo ele, é um compromisso que assumiu quando eleito, para ajudar o Espírito Santo e os municípios capixabas.
Veja a nota na íntegra
“Só posso acreditar que fui mal interpretado quando concedi uma entrevista por telefone. Jamais houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do Presidente Rodrigo Pacheco que envolvesse recursos orçamentários. Afirmo com toda certeza que jamais aconteceu.
Fiz referência a existência de critérios no Senado para indicações transparentes de recursos por Senadores, inclusive elogiando a postura do Presidente Pacheco nesse sentido.
Sobre as específicas indicações que fiz de emendas orçamentárias desde que assumi o mandato, isso é uma prerrogativa parlamentar, totalmente licita, transparente, um compromisso que assumi quando eleito para ajudar o meu Estado e seus municípios. Reforço mais uma vez, que todo o recurso orçamentário recebido foi destinado ao Espirito Santo e por iniciativa própria sempre foram informados na sua integralidade ao Ministério Público do ES.
Peço desculpas por eventual mal entendido.”
Partido repreendeu senador após entrevista
O Podemos, partido de do Val, repreendeu o parlamentar após a entrevista. Os outros seis senadores do partido, incluindo o líder da bancada, Alvaro Dias (PR), assinaram uma nota condenando o esquema, que envolve a distribuição de verbas públicas para favorecer aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da cúpula do Congresso.
“Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de se fazer política”, diz a nota.
Na entrevista, segundo o Estadão, Marcos do Val teria dito que teve o direito de indicar R$ 50 milhões em emendas para o Espírito Santo como forma de “gratidão” ao apoio dado a Pacheco.
O valor foi informado pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP), articulador da eleição, de acordo com ele.
No ano passado, o Podemos declarou apoio à eleição de Simone Tebet (MDB-MS) para a presidência do Senado. Marcos do Val e o senador Romário (RJ), que mudou para o PL, apoiaram Pacheco, na contramão da bancada.
Conforme o Estadão publicou na ocasião, o Planalto liberou verbas do orçamento secreto para favorecer Pacheco na eleição do Senado e Arthur Lira (Progressistas-AL) na disputa pela presidência da Câmara. “Entendemos que as emendas individuais e de bancada são suficientes. Sempre defendemos o fim das emendas RP-9, diz a nota do Podemos.
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