Política

Valor arrecadado por Bolsonaro via Pix é 17 vezes maior que o necessário para pagar multas

Valor de doações feitas a Bolsonaro por Pix é sete vezes maior do que bens que ele declarou ter ao TSE

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória


Foto: FELIPE DUEST/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O valor arrecadado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), estimado em R$ 17,1 milhões, por transferências via Pix equivalem a sete vezes o valor que declarou ter em patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de R$ 2,3 milhões, nas eleições passadas. As informações são do portal R7.

A arrecadação feita pelo ex-mandatário  foi confirmada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

Cálculo feito pelo R7 mostrou que a quantia doada a Bolsonaro por seus admiradores e apoiadores seria suficiente para pagar 17 vezes as multas por descumprimento de decisões judiciais, motivo inicial que levou os apoiadores do ex-chefe do Executivo a fazer uma vaquinha para ele, no mês passado.

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O Coaf também apontou que esse valor foi movimentado em 769 mil transações feitas para a conta do ex-presidente em seis meses, de janeiro a julho deste ano.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nessa sexta-feira (28) que os valores apontados pelo relatório do Coaf "são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores" e têm "origem absolutamente lícita".

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De acordo com a Procuradoria-Geral do estado de São Paulo indicavam que ele teria de desembolsar R$ 1.062.416,65 em sete multas acumuladas em 2021 e o ano passado por descumprimento de decisões judiciais.

Correligionários ajudaram a movimentar campanha para levantar valores

A campanha de doação para o ex-presidente começou depois do julgamento do TSE que o deixou inelegível. Parlamentares do PL, mesmo partido do ex-presidente, foram os que mais movimentaram a campanha. Bolsonaro não é o único a recorrer a "vaquinhas".

Após visitar o ex-deptado Daniel Silveira em Bangu 8, a defesa do ex-parlamentar resolveu iniciar uma campanha em suas redes sociais para arrecadar valores para "resgatar sua dignidade" e ajudar a família, que está passando por necessidades financeiras, de acordo com a defesa.

Em abril, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) usou as redes sociais para pedir dinheiro a seus eleitores para pagar indenizações nos processos judiciais em que foi condenada. Em um vídeo, a parlamentar diz que, somente naquele mês, precisou pagar R$ 65 mil em indenizações, o que a levou a pedir empréstimo bancário.

Em 2022, condenado a pagar indenização por danos morais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-procurador Deltan Dallagnol afirmou que recebeu R$ 500 mil de doações de apoiadores. O valor, segundo ele, foi reunido em 36 horas.

*Com informações do R7