Política

Como as eleições dos EUA influenciam o mercado econômico e empresarial no Brasil?

Entenda como as decisões políticas nos EUA afetam o comércio, as finanças e as estratégias empresariais brasileiras

Redação Folha Vitória

Foto: Divulgação

As eleições presidenciais dos Estados Unidos, realizadas a cada quatro anos, têm um impacto profundo e abrangente em todo o mundo. 

Dada a posição econômica, política e militar dos EUA, as decisões políticas e econômicas tomadas por seu governo reverberam em mercados e economias ao redor do globo, incluindo o Brasil. 

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A dinâmica entre os dois países é complexa e multifacetada, influenciando desde o comércio internacional até as estratégias empresariais e os fluxos de investimento.

A INFLUÊNCIA DA ECONOMIA AMERICANA

A economia dos Estados Unidos é a maior do mundo e atua como um barômetro para o desempenho econômico global. 

Políticas adotadas pelos líderes americanos têm um efeito dominó que pode alterar o comércio internacional, a estabilidade financeira e os fluxos de capitais. 

Quando uma nova administração assume o poder, o mercado global pode experimentar mudanças significativas, dependendo das políticas e das prioridades do novo governo.

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Por exemplo, durante o mandato de Donald Trump, foram introduzidas políticas protecionistas, incluindo tarifas sobre importações da China, com o objetivo de proteger a indústria americana. 

Essas medidas tiveram consequências amplas, afetando as cadeias de suprimentos globais e criando incertezas nos mercados financeiros. 

A guerra comercial entre EUA e China, intensificada pelas tarifas, não apenas prejudicou as economias dos dois países envolvidos, mas também afetou negativamente economias emergentes, como a brasileira.

Foto: Reprodução / Divulgação

A SENSIBILIDADE DA ECONOMIA BRASILEIRA

A economia brasileira é particularmente sensível às mudanças na política americana, e isso se deve a vários fatores inter-relacionados. 

Os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, sendo um grande destino para exportações brasileiras de commodities, como soja, petróleo e minério de ferro. 

Quando a administração americana adota políticas que afetam o comércio internacional, o impacto é sentido rapidamente no Brasil.

"A mudança do governo dos Estados Unidos vai impactar, sim, os brasileiros. Se um republicano assume o poder, o país tende a adotar políticas mais protecionistas. Isso poderia resultar em barreiras comerciais que prejudicariam as exportações brasileiras, além de impactar negativamente a indústria nacional", Pontua Dema Oliveira, especialista em expansão de empresas e CEO da Goshen Land. 

 Oliveira ressalta que, durante o governo Trump, a indústria brasileira do aço foi particularmente afetada pelas tarifas impostas, o que levou a um aumento nos custos e desafios adicionais para as empresas brasileiras.

Além das questões comerciais, as políticas monetárias adotadas pelo Federal Reserve (Fed) sob a nova administração também desempenham um papel crucial. As decisões sobre taxas de juros têm um impacto direto no fluxo de capitais para mercados emergentes, como o Brasil. 

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Quando o Fed aumenta as taxas de juros, isso pode atrair capital de volta para os EUA, desvalorizando moedas emergentes e elevando a inflação. 

Esse fenômeno foi claramente observado durante os períodos de "tapering" do Fed, quando a retirada de estímulos monetários resultou na fuga de capitais dos mercados emergentes e na depreciação das moedas locais.

Foto: Freepik

EXPECTATIVAS E IMPACTOS NO BRASIL

Para o Brasil, a importância das eleições americanas vai além das questões comerciais e monetárias. 

Os investidores e empresários brasileiros acompanham de perto os eventos eleitorais nos EUA porque esses eventos podem ter repercussões significativas para a economia brasileira. 

A forma como os resultados eleitorais influenciam a política externa americana e suas relações comerciais com o Brasil é uma preocupação constante.

A eleição de um novo presidente dos EUA pode criar diferentes cenários para o mercado brasileiro. 

"Se o presidente Biden for reeleito, o Brasil pode continuar enfrentando desafios econômicos, especialmente se a desvalorização da moeda persistir", afirma Dema Oliveira. 

Ele destaca que o alinhamento neutro com Biden, apesar de não representar uma mudança drástica nas relações comerciais, pode não ser suficiente para resolver as questões econômicas existentes entre os dois países. 

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

Por outro lado, uma possível administração republicana poderia intensificar políticas protecionistas, levando a uma potencial redução nas exportações brasileiras e a uma pressão adicional sobre a economia local.

As eleições americanas programadas para 5 de novembro de 2024 estão gerando grandes expectativas e especulações no Brasil. 

Empresários e investidores estão avaliando as propostas dos candidatos e considerando os possíveis impactos das políticas que eles poderiam implementar.

 Uma administração com políticas mais abertas ao comércio internacional poderia criar um ambiente mais favorável para as exportações brasileiras e para os investimentos estrangeiros. 

Em contraste, uma administração com tendências protecionistas poderia criar barreiras adicionais, prejudicando o comércio bilateral e afetando negativamente o mercado brasileiro.

Foto: Freepik

ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E ADAPTAÇÃO

Para empresas brasileiras, especialmente aquelas com relações comerciais significativas com os Estados Unidos, é fundamental se preparar para a adaptação às mudanças que podem ocorrer com o resultado das eleições americanas.

Monitorar de perto as propostas dos candidatos e as possíveis mudanças nas políticas comerciais e monetárias é essencial para mitigar riscos e aproveitar oportunidades.

"Os empresários brasileiros devem estar atentos a três pontos principais. Primeiro, não podem controlar o resultado da política dos EUA. Segundo, devem preparar suas empresas para exportar produtos, uma vez que o Brasil tem uma grande competitividade em exportação de produtos e serviços, independentemente do governo dos EUA. Terceiro, devem continuar a ver os EUA como um grande parceiro comercial e tecnológico, ampliando a visão da América e buscando atividades e projetos que promovam a sustentabilidade no Brasil", aconselha Demi Oliveira.

A diversificação de portfólios também é uma estratégia recomendada para investidores que buscam se proteger contra a volatilidade associada às eleições americanas. 

A análise de cenários e a preparação para diferentes desfechos eleitorais podem ajudar a minimizar impactos negativos e maximizar ganhos em um ambiente econômico global interconectado.

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