Durante entrevista para o programa Pânico, da Jovem Pan, o senador Marcos do Val (Podemos) disse que não é bolsonarista, e que vai apoiar o próximo governo, ainda que não seja liderado pelo presidente Jair Bolsonaro. “Se ano que vem a sociedade escolher outro líder, eu vou apoiar porque que quero que meu país dê certo”, afirmou.
Apesar da declaração, Do Val é um dos aliados do governo federal no Congresso, e tem defendido o Executivo na CPI da Covid, da qual faz parte como suplente.
“A gente está lá na CPI, apesar de ser um circão nos bastidores vocês não fazem ideia do que se fala. É um movimento político para 2022 (…). O presidente tem um histórico como deputado federal de trinta e poucos anos com esse estilo de confronto. Só que ele começou a entender que se ficar no confronto direto está esticando a corda e o país se prejudica”.
O senador foi questionado se acredita que algum ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deu motivo para um impeachment. “Deu. Já passaram vários, agora o Alexandre. Eu tenho certeza que pode-se criar processos para que eu fique refém lá”.
Um dia após a entrevista, o presidente entrou com pedido de impeachment contra o ministro Alexandra de Moraes. O texto foi protocolado no Senado Federal na noite da última sexta-feira (20).
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MANDATO
Ao falar do mandato e o trabalho em Brasília, Do Val disse que caiu no Senado de paraquedas, e que “grande parte do tempo” se arrepende.
“Eu nunca fui nem candidato a síndico de prédio e a gente viu aquela onda de renovação, de pessoas com experiência na segurança pública e as pessoas começaram a colocar meu nome como uma possibilidade de ajudar (…). Eu sinto que perdi a liberdade, que me prejudiquei. Grande parte do tempo eu me arrependo de ter ido para o Senado”.
Ele ainda foi questionado sobre a efetiva renovação do Parlamento em 2018, e sobre “raposas” que se reelegeram. Do Val reconheceu que as mudanças não foram suficientes, e defendeu candidaturas de pessoas sem carreira na política.
“A renovação funciona, mas não teve renovação suficiente. Eu só vejo uma saída: na Câmara dos Deputados e no Senado ter pessoas que não saíram, principalmente, do Executivo”.