O PDT foi o responsável por fechar o período de convenções partidários no Espírito Santo, durante evento realizado na noite deste sexta-feira (05), em um cerimonial de Vitória.
Apesar de a festa ter sido preparada para o lançamento dos candidatos a deputado estadual e federal pela legenda, o protagonismo da convenção ficou por conta das presenças do governador Renato Casagrande (PSB) e da senadora Rose de Freitas (MDB).
Sem candidaturas próprias para cargos majoritários, uma vez que faz parte do grupo de legendas que confirmaram apoio à reeleição de Casagrande, bem como à candidatura de Rose ao Senado, o PDT tornou o evento uma espécie de “segunda” convenção do socialista, já que até mesmo o jingle da campanha do governador foi a música mais tocada no encontro dos pedetistas. Ao fundo, o clipe que ilustra a canção era transmitido em um telão.
A militância do partido lotou o cerimonial escolhido para a convenção. E, grande parte do público presente no evento era oriundo da Serra, reduto eleitoral de um dos principais nomes da sigla, o ex-deputado federal e prefeito da cidade, Sérgio Vidigal (PDT).
Mesmo com uma plateia majoritariamente serrana, entre populares e lideranças políticas, Vidigal teve pouco destaque na convenção de seu partido. Casagrande e Rose, por exemplo, tiveram maior tempo de fala e discursaram antes do cacique pedetista.
Discursos
Na fase dos discursos, o primeiro a abrir os trabalhos foi o atual presidente da legenda, Weverson Meireles (PDT). Ele falou sobre a importância da convenção para o partido e direcionou elogios e agradecimentos a Vidigal.
“Hoje é a festa da democracia. É a festa mais democrática que podemos proporcionar aos nossos militantes. Vidigal é a maior liderança deste partido. Vamos juntos, com tranquilidade e a sabedoria de que nós temos os melhores candidatos. Temos o melhor candidato para Presidência da República, que é o Ciro Gomes (PDT); E, no que depender do PDT, teremos Casagrande governador por mais quatro anos”, disse.
Tão logo terminou sua fala, o dirigente do partido passou a palavra para Rose. A senadora recorreu às mesmas narrativas que tem adotado em outros eventos políticos, entre elas a de que “não permitirá que quem não faz nada pelo Estado sente na cadeira que ela mesma ocupa hoje no Senado, e que é a única a estar vaga para o Espírito Santo.
A certa altura de seu discurso, Rose gracejou sobre o fato de ser candidata à reeleição. “Muita gente pergunta: ‘A Rose é candidata outra vez? Por que voltar, com o oitavo mandato?’ Porque eu acho que o Brasil não pode tirar do Espírito Santo, o que é do Espírito Santo”, disse a senadora, que ainda acrescentou: “Eu sei que sou uma só, mas sou uma só que trabalha com carinho e com amor”.
Já Casagrande utilizou a sua participação no palanque do PDT para discorrer sobre lealdade partidária.
“Na hora da dificuldade, a gente sabe, de fato, quem são os amigos que temos. Na política, a gente convive com pessoas que são leais para sempre. Pessoas leais, são aquelas pessoas corretas. Muitas vezes as pessoas são corretas, mas não estão no mesmo projeto. Elas têm o direito de estarem nos projetos que quiserem estar, mas são leais. E o PDT é um partido leal e que tem clareza nas suas posições”, pontuou Casagrande.
Responsável por encerrar a “fase das comunicações ” do evento, Vidigal foi econômico nas palavras, citou Leonel Brizola, político brasileiro morto em 1994, e considerado um dos principais líderes da esquerda trabalhista. Em seguida, o prefeito da Serra sinalizou qual o caminho que as campanhas ligadas ao seu partido devem tomar. “Não vamos gastar energia com políticas de costume. Vamos deixar isso para as igrejas. A política precisa ser pela educação, pela saúde e pela segurança pública”, afirmou.