Eleições 2022: candidatos ao governo do ES declaram mais de R$ 40 milhões em bens
Embora o pleito deste ano traga sete postulantes ao cargo, somente seis declararam seus patrimônios; o candidato Capitão Vinícius Sousa (PSTU) afirmou não possuir bens a serem declarados
Com o prazo para registro de candidatura encerrado nesta segunda-feira (15), o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio do "Divulgacand", já traz, de maneira conclusiva, as principais informações acerca dos candidatos no pleito deste ano.
Nesta terça-feira (16), a reportagem do Folha Vitória analisou os dados divulgados pela Justiça Eleitoral, e verificou que, se somados, os bens declarados pelos candidatos ao governo do Espírito Santo totalizam R$ 44.497.522,61.
Lembrando que, embora o pleito deste ano traga sete postulantes ao cargo de chefe do Executivo estadual, somente seis declararam seus patrimônios, já que o candidato Capitão Vinícius Sousa (PSTU) entregou uma declaração à Justiça Eleitoral, afirmando não possuir bens a serem declarados.
Quem lidera a lista com o maior valor em bens declarados é Aridelmo Teixeira (Novo). Concorrendo ao governo pela segunda vez, ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio avaliado em R$29.817.033,43. O montante está distribuído em quota ou quinhões de capital, imóveis, aplicação de renda fixa e ações.
Em seguida, quem acumula o maior valor em bens declarados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) é o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que assim como Aridelmo, também disputa o Palácio Anchieta pela segunda vez em sua jornada política. Manato declarou R$10.242.436,66.
Os bens do candidato estão relacionados como: outras aplicações e investimentos, imóveis, terrenos, créditos decorrentes de empréstimo, quotas ou quinhões de capital, salas comerciais, aplicações em renda fixa, entre outros.
O atual governador do Estado e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB), é o terceiro na lista dos que possuem maior patrimônio declarado ao TRE-ES. O socialista declarou possuir R$2.031.420,09 em bens. A quantia engloba imóveis, aplicações de renda fixa, quotas ou quinhões de capital, bem como outros bens e direitos.
Candidato da federação Rede-Psol ao governo, Audifax Barcelos (Rede) declarou à Justiça Eleitoral o montante de R$1.570.000,00. Segundo a declaração de bens de Audifax, o valor estaria aplicado em imóveis, veículos, além de depósito bancário.
Na parte intermediária da tabela está Guerino Zanon (PSD), com R$738.632,43 em bens declarados. O montante seria oriundo de depósitos bancários, imóveis e de outros bens e direitos do candidato.
Já Cláudio Paiva (PRTB) é o candidato ao governo do Estado com menos bens declarados o site do TSE. Em nome de Cláudio, consta a quantia de R$ 98 mil, distribuída em bens móveis e imóveis e dinheiro em espécie, conforme o sistema da Justiça Eleitoral.
O que dizem os candidatos sobre os bens declarados
Procurado para comentar o valor declarado `à Justiça Eleitoral, Aridelmo afirmou que todo o seu patrimônio é fruto de mais 40 anos de trabalho e de ter construído uma instituição de ensino que está entre as 10 melhores do Brasil, segundo ele.
"Um orgulho para os capixabas, além de gerar centenas de empregos e recolhimento de milhões de reais em tributos. A variação dos últimos 4 anos se deu, principalmente, pela entrada de um novo investidor estratégico no nosso grupo econômico", explicou.
Por meio de sua assessoria, Audifax informou que a evolução do seu patrimônio declarado ao TRE-ES se deve ao fato, única e exclusivamente, de serem bens que mantém em comum com a esposa. Ao contrário do patrimônio declarado em 2016, em que candidato figurava sozinho como titular da posse dos bens ora registrados, por exemplo.
Já Casagrande, também por meio de sua assessoria, ressaltou que seu patrimônio está de acordo com seus rendimentos.
Guerino Zanon foi outro candidato a afirmar que os bens declarados à Justiça Eleitoral são compatíveis com seus vencimentos. "A variação patrimonial foi totalmente compatível com meus vencimentos e com meus gastos nesse período, conforme todas as informações apresentadas na minha declaração de Imposto de Renda", ressaltou.
Claudio Paiva explicou o valor de bens declarados ao TRE-ES dizendo que entre os anos de 2017 e 2018, era considerado como pertencente à classe média. Ainda segundo o candidato, após a crise econômica que assolou o Brasil, ele foi obrigado a se desfazer de alguns bens patrimoniais. Claudio também afirmou que parte de seu patrimônio está no nome da sua mulher. No balanço feito pelo político, ao longo dos anos, ele mais perdeu do que acumulou bens.
Carlos Manato foi demandado ainda na tarde de desta segunda-feira, para repercutir o valor dos bens declarados ao TRE-ES. Nesta terça-feira, a reportagem tentou contato com ele novamente, mas ainda não obteve retorno. Assim que o candidato responder, este texto será atualizado.
Sem bens
Único a não declarar patrimônio na base de dados da Justiça Eleitoral, Vinícius Sousa afirmou ser contra a política de acúmulo de bens. "Na minha família, tudo o que temos é investido em educação e saúde", disse.