Candidato ao Senado Gilberto Campos diz sofrer racismo e ameaça de morte
Durante sabatina na Pan News Vitória (90.5 FM), o candidato ainda falou sobre as bandeiras que defende, se posicionando favoravelmente à descriminalização das drogas e do aborto
O programa de Olho no Poder com Fabi Tostes, da Rádio Pan News Vitória (90.5 FM) segue com a série de entrevistas com os candidatos a senador pelo Espírito Santo.
Na tarde desta quarta-feira (14), o convidado foi o auditor fiscal aposentado Gilberto Campos, que disputa o cargo pelo Psol, em uma chapa coletiva.
Gilberto foi sabatinado pelas jornalistas Fabi Tostes e Patrícia Scalzer. Durante os 47 minutos de conversa, ele falou de sua trajetória na política, as pautas que pretende defender no Senado, caso seja eleito, relações partidárias e ainda afirmou estar sendo vítima de ataques racistas e ameaças de morte em suas redes sociais.
Ouça abaixo a entrevista com o candidato Gilberto Campos:
No momento em que declarou estar sendo alvo de intimidações nas redes, o candidato creditou as investidas a perfis alinhados às ideologias propagadas pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
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"Eu estou sofrendo ameaça de morte. Já passei para os meus advogados, para eles tomarem providência. Os bolsonaristas invadem as minhas redes e cometem todo tipo de violência contra minha pessoa, me chamam de ladrão, cometem racismo. Ameaçaram até furar meu olho com um espeto", frisou.
Questionado se teria tomado as providências cabíveis, como acionar a polícia, por exemplo, ou pedir escolta policial para o acompanhar durante o período de campanha, Gilberto reforçou que seus advogados estão atuando no caso, de maneira sigilosa.
Bandeiras
Ao sair da abordagem pessoal para falar sobre os projetos que pretende implantar em um possível mandato como senador, bem como de quais bandeiras é a favor ou contra, o conditado, mantendo o já esperado discurso defendido pela esquerda nacional, da qual seu partido faz parte, se posicionou favoravelmente à descriminalização das drogas e do aborto, temas caros aos candidatos mais conservadores.
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Antes de dizer que defende a descriminalização das drogas, Gilberto embasou seu posicionamento na perspectiva que ele tem acerca da atuação da polícia na repressão ao uso e ao tráfico de entorpecentes.
Na opinião do candidato, o Estado, quando o assunto é combate às drogas, mira majoritariamente os bairros periféricos e pessoas negras.
"A polícia não pode atuar na Praia do Canto (bairro nobre de Vitória) de uma forma e em bairros periféricos de outra forma, com violação dos direitos humanos, toda essa tragédia que a gente vê quando a polícia vai fazer operação. O problema central, do ponto de vista do meu partido, é a falsa guerra às drogas, ineficaz. A lei sobre drogas precisa ser revista, para uma lei na perspectiva de saúde pública. Sou favorável à descriminalização", explicou Gilberto.
No que se refere à descriminalização do aborto, o psolista diz ser favorável à prática por entender que a mulher é única responsável por decidir o que acontecerá com seu corpo.
"É ela que sabe, é ela quem vai determinar o que vai acontecer com seu corpo. Essa é uma decisão individual da mulher", disse.
O único candidato da esquerda
Migrando das pautas de costume, com quais terá de lidar, em caso de uma hipotética vitória em sua empreitada rumo ao Senado Federal, Gilberto se autodeclara como o único candidato da esquerda concorrendo ao cargo, uma vez que, segundo ele, todas as demais chapas possuem, em maior ou menor grau, o "DNA de Bolsonaro".
Audifax, nem pensar
Quando perguntado sobre sua relação política com Audifax Barcelos (Rede), candidato ao governo do Estado pela federação Rede/Psol, a partir de uma costura feita nacionalmente, Gilberto foi direto, assumindo que nem sequer tem acompanhado a campanha do ex-prefeito da Serra, mesmo ambos fazendo parte de duas siglas que estão federadas.
Ele garantiu que, no Estado, o Psol, diferentemente do que ocorre em âmbito nacional, não apoia a candidatura do redista. "Estamos atendendo a uma imposição da nacional", resumiu.
E o voto de Gilberto vai para...
Reforçando o discurso de que, diante do posicionamento ideológico da Rede no Estado, é totalmente inviável um apoio a Audifax, Gilberto não escondeu para quem vai seu voto para governador do Espírito Santo nas eleições de outubro.
Ele não titubeou ao declarar que escolherá o Capitão Vinícius Sousa (PSTU) como o nome para o Palácio Anchieta. Já para presidente da República, o candidato afirmou que votará no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sociedade civil
Por fim, o candidato também respondeu a perguntas de diversos setores da sociedade civil, sendo submetido a questionamentos sobre ações para áreas como economia, segurança pública, saúde e educação.
Veja quem são os próximos entrevistados abaixo:
Rose de Freitas (MDB) - Quinta-feira (15)
Magno Malta (PL) - Sexta-feira (16)
Regras
Foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, como prevê o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A entrevista tem um bloco, com duração de 47 minutos, sem intervalos comerciais. Ao final, o candidato terá dois minutos para as considerações finais.
Conforme combinado com os assessores dos candidatos e definido pelas regras da série de entrevistas, qualquer atraso será descontado do tempo de entrevista. Em caso de não comparecimento, o candidato não terá outra oportunidade de ser entrevistado.
Entrevistas com os candidatos ao governo acontecem na próxima semana
Dentro da programação de cobertura na Rede Vitória, está prevista também entrevista com cinco candidatos ao governo do Espírito Santo. Eles estarão presentes, ao vivo, no último bloco do Jornal da TV Vitória, entre os dias 19 e 23 de setembro.
Além dos 15 minutos de entrevista televisiva, a transmissão vai continuar, também ao vivo, no Folha Vitória. Confira o cronograma:
Carlos Manato (PL) - 19 de setembro
Renato Casagrande (PSB) - 20 de setembro
Aridelmo Teixeira (Novo) - 21 de setembro
Guerino Zanon (PSD) - 22 de setembro
Audifax Barcelos (Rede) - 23 de setembro
Envie a sua pergunta!
As jornalistas Juliana Lyra, Fabi Tostes, Patrícia Scalzer, bem como representantes de diferentes segmentos da sociedade, vão entrevistar os candidatos, tudo isso somado a perguntas que poderão ser enviadas pelo leitor/telespectador.
Para participar, os interessados poderão enviar questionamentos pelo Instagram do Folha Vitória e pelos perfis dos programas da TV Vitória. Outra forma de enviar as perguntas será por meio do WhatsApp (27) 99945-5213. Cada candidato vai responder uma pergunta do público.
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