MAX PITANGUI

Foragido após atos golpistas, radialista do ES é preso no Paraguai

Radialista estava no país vizinho após ter entrado com um pedido de refúgio com base na Lei Paraguaia 1938/02, em julho deste ano, que trata sobre refugiados

Matheus Moraes

Redação Folha Vitória
Foto: Instagram/Max Pitangui

O radialista capixaba Maxcione Pintangui de Abreu, mais conhecido como Max PItangui, foi preso no Paraguai nesta quinta-feira (14). Ele era considerado foragido da Justiça desde que teve mandado de prisão decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Pitangui estava no Paraguai após ter entrado com um pedido de refúgio com base na Lei Paraguaia 1938/02 em julho deste ano, que trata sobre refugiados. Ele conseguiu um documento provisório da Comisión Nacional para Apátridas y Refugiados (Conare), conforme noticiado pela coluna De Olho no Poder, com Fabi Tostes, do jornal Folha Vitória.

Radialista é acusado de ataques criminosos contra ministros do STF

A prisão de Max foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em dezembro do ano passado, após pedido do Ministério Público do Estado (MPES). Ele é acusado de incitar golpe de Estado e integrar uma milícia privada.

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Além da prisão, também foram determinadas busca e apreensão em endereços do radialista, quebra de sigilo telefônico e telemático e de contas de e-mail, suspensão de redes sociais e a retenção do passaporte.

À época, a coluna De Olho no Poder também teve acesso à decisão de Moraes, onde ele apresenta detalhes da acusação de Max Pitangui.

“Em relação a Maxcione Pitangui de Abreu, argumenta a PGJ-ES, que se verificou ocorrência de diversos ataques criminosos contra ministros deste Supremo Tribunal Federal, bem como contra o Estado Democrático de Direito, notadamente após as eleições gerais de 2022, pois o ‘indivíduo tem reiterado e continuamente se manifestado de forma abusiva, não só questionando (sem provas) a lisura do pleito eleitoral, mas também incitando a abolição do próprio Estado Democrático de Direito mediante intervenção militar e/ou tomada violenta de poder, representando verdadeira liderança nos movimentos antidemocráticos (assim reconhecidos pela e. Suprema Corte na ADPF 519) nesta unidade da federação”, diz trecho da decisão.

Em uma das postagens do radialista, anexada pelo MPES na petição que fez ao STF, Max teria chamado os ministros de “bandidos da capa preta” e dito que se o ex-deputado Roberto Jefferson tivesse aberto fogo contra o STF “a maioria dos brasileiros estaria feliz da vida” porque “essa é a vontade da maioria dos brasileiros”.

“Também se verifica que o investigado incita, de forma direta, a intervenção das Forças Armadas para a tomada do poder, tendo participado de movimentações antidemocráticas em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, em Vila Velha, difundindo nas mídias sociais os atos criminosos que põem em xeque a higidez do sistema eleitoral”, diz outro trecho da decisão.

Na operação, Max foi o único que conseguiu fugir. Foram presos: o vereador de Vitória Armandinho Fontoura, o líder religioso Fabiano de Oliveira e o jornalista Jackson Rangel. Eles estão detidos no Complexo Penitenciário de Viana. 

Também foram alvos de medidas cautelares o deputado Capitão Assumção e o ex-deputado Carlos Von, que estão usando tornozeleiras eletrônicas.